INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – IST

INTRODUÇÃO

Para além do VIH que está na origem da SIDA, existem outros agentes patogénicos que podem ser transmitidos durante a relação sexual (vírus, bactérias, parasitas unicelulares, fungos). Algumas destas infecções, por exemplo a hepatite B, a gonorreia ou o herpes, são mais frequentes que uma infecção pelo VIH e também podem ter consequências graves.
As infecções sexualmente transmissíveis (IST) quando não detectadas e tratadas podem ter consequências graves: desde prurido (comichão) e corrimentos, passando por lesões no fígado e esterilidade e ainda algumas formas de cancro.
As IST são ainda “portas” para outras infecções. Nas pequenas feridas que estas provocam nos órgãos sexuais, na boca ou no ânus, encontram-se células especiais que são bem mais sensíveis aos agentes patogénicos que a pele sã da mucosa. Assim, as IST aumentam o risco de uma infecção pelo VIH.





INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – IST

As IST passam das pessoas infectadas para os seus parceiros/as durante as relações sexuais. São provocadas por microrganismos - bactérias, vírus e parasitas. Qualquer pessoa pode contrair uma IST se fizer sexo vaginal, anal ou oral com alguém que esteja infectado. A transmissão é facilitada se não usar preservativo e tiver vários parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas e se infectar.

Manifestação das ITS

Muitas vezes as IST não dão manifestação clínica durante meses ou anos. Nestes casos só através de análises específicas é possível saber quem está infectado. Quando há sintomas, estes podem aparecer logo após o contacto sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infecção permanece no organismo. Alguns sinais e sintomas:
¨ Corrimento anormal da vagina, pénis ou ânus
¨ Ardor ou dor ao urinar
¨ Feridas ou bolhas na área genital
¨ Comichão ou irritação na área genital
¨ Dor na parte inferior do abdómen ou durante o acto sexual

Complicações das IST

Se não forem tratadas algumas IST podem provocar doenças ou complicações graves: doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, pénis ou ânus. Nas grávidas, podem provocar aborto, parto prematuro ou passar para o feto e ocasionar malformações congénitas ou doença no recém-nascido.

As IST mais comuns

- Clamidiose ou infecção por Chlamydia trachomatis
- Condilomas acuminados ou verrugas genitais - Gonorreia, blenorragia ou infecção gonocócica
- Herpes genital
- Infecção HPV
- Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH/Sida)
- Sífilis - Tricomoníase ou infecção genital por Trichomonas vaginalis
Também são sexualmente transmissíveis as seguintes infecções e parasitoses:
- Hepatite B e Hepatite C
- Molusco contagioso
- Sarna ou escabiose
- Pediculose ou piolhos púbicos

Saber se tenho uma IST

Procure o médico, faça as análises e os tratamentos que ele recomendar. As IST provocadas por bactérias (clamídia, gonorreia, sífilis) e por parasitas (tricomoníase, sarna, pediculose) curam facilmente com tratamento adequado. Para as outras existem tratamentos que ajudam a controlar a infecção. Se tiver uma IST deve informar os seus parceiros e/ou parceiras para que procurem uma consulta médica onde serão aconselhados e tratados.
Tornar o sexo mais seguro
¨ Utilize preservativo sempre que tiver relações sexuais.
¨ Se tiver um novo parceiro sexual ambos devem fazer um Rastreio de IST

SIDA

SIDA significa Síndrome de ImunoDeficiência Adquirida, ou seja,
·                     é uma síndrome porque é constituído por um grupo de sinais e de sintomas
·                     é de imunodeficiência porque o que acontece é que o sistema imunitário fica cada vez mais deficiente, com menos capacidade de resposta ao longo da evolução da doença
·                     adquirida porque ao contrário de algumas doenças de imunodeficiência que são congénitas, ou seja, os indivíduos já as têm à nascença, esta doença surge depois de uma infecção por um vírus, o vírus VIH.

Definição

O VIH é o Vírus da Imunodeficiência Humana. É um vírus da família dos retrovírus, o que significa que dos 2 tipo de ácido nucleico que podem constituir o código genético: DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico) este vírus é constituído por RNA.
Existem 2 tipos de VIH: VIH-1 e VIH-2. O VIH-1 é o mais frequente em todo o mundo e o VIH-2 foi inicialmente descoberto em África e é mais parecido com o Vírus da Imunodeficiência dos Símios do que com o VIH-1.

Infecção

Para um indivíduo desenvolver SIDA tem de ser primeiro infectado pelo VIH. Nessa altura o sistema imunitário responde e faz baixar a virémia, ou seja, a concentração de vírus que se encontra no sangue. Aqui o indivíduo pode não sentir nada e chama-se assintomático ou pode ter um episódio de sintomas de infecção aguda que são normalmente sintomas parecidos com uma gripe:
§     febre
§     faringite
§     linfadenopatia (ou seja, aumento dos gânglios linfáticos)
§     dor de cabeça (cefaleias)
§     dores musculares (mialgias)
§     dores nas articulações (artralgias)
§     cansaço (letargia)
§     mal-estar
§     falta de apetite (anorexia)
§     perda de peso
§     náuseas, vómitos ou diarreia
E ainda outros sintomas menos frequentes. Passada esta altura a virémia baixou devido a esta resposta do sistema imunitário mas ainda há vírus suficientes para continuar a replicar (criar novos vírus iguais a si próprios). Esses vírus vão infectando as células do sistema imunitário, especialmente um tipo particular: linfócitos T helper (que por serem marcados no laboratório com um marcador que se chama CD4, costumam dizer-se também células CD4 positivas: CD4+). Essas células infectadas vão sendo destruídas. Enquanto o indivíduo tem células CD4+ suficientes não sente nada, está assintomático. Este período pode durar 10 anos. Quando o indivíduo já tem tão poucas células CD4+ que não consegue responder a uma infecção surgem as infecções oportunistas. É a existência destas infecções e de outras doenças associadas ao efeito do vírus sobre o organismo que se chama SIDA. Assim sendo, o indivíduo com SIDA pode ter:
o        infecções que não são comuns nas pessoas com imunidade normal (pneumocystis carinii, mycobacterium tuberculosis, mycobacterium avium, toxoplasma gondii, vírus da varicella zoster, cryptotoccus neoformans, histoplasma capsulatum, coccidioides immitis, cytomegalovírus)
o        doenças respiratórias (bronquite, sinusite, pneumonia)
o        doenças cardíacas (cardiomiopatia por invasão por sarcoma de Kaposi, crytococose, doença de Chagas, toxoplasmose e derrames pericárdicos)
o        doenças gastro-intestinais (lesões orais como a candidíase, por exemplo, esofagite, diarreia, colite)
o        doença hepática (95% têm hepatite B)
o        doença pancreática (como efeito secundário dos medicamentos)
o        doença renal (nefropatia)
o        doença genito-urinária (infecções urinárias, candidíase vulvovaginal)
o        doenças endócrinas (lipodistrofia, hipertiroidismo, hipogonadismo)
o        doenças reumatológicas (artropatia, síndrome articular doloroso)
o        doenças hematopoiéticas (anemia, linfadenopatia generalizada, trombocitopenia)
o        doenças dermatológicas (dermatite seborreica, foliculite pustular eosinofílica, herpes)
o        doenças neurológicas (meningite asséptica, encefalopatia, convulsões, toxoplasmose cerebral, doença da medula espinal, neuropatias periféricas)
o        doenças oftalmológicas (retinite a citomegalovírus, síndrome de necrose retiniana)
o        doenças neoplásicas (sarcoma de Kaposi, linfomas)

Transmissão

A SIDA transmite-se de 3 formas:
·                      via sexual:
·                     o vírus está concentrado no fluído seminal
·                     a transmissão entre casais heterossexuais é a mais frequente
·                     o risco de transmissão do homem para a mulher é 8 vezes superior ao inverso
·                     o risco aumenta se existirem lesões nas superfícies em contacto com o líquido seminal ou fluído vaginal
·                     a única forma totalmente segura de proteger este tipo de transmissão é a abstinência de relações sexuais
·                     o uso de preservativo é o meio de prevenção mais seguro a seguir à abstinência
·                     via parentérica (através do sangue):
·                     a transmissão por transfusões deixou de ser causa de grande risco desde que se realizam testes para despistar o vírus nos dadores
·                     o mesmo se aplica a dadores de órgãos ou tecidos
·                     os utilizadores de drogas injectáveis estão em maior risco
·                     os trabalhadores da área da saúde e os que trabalham directamente com sangue ou seus derivados estão também em risco e por isso devem respeitar os procedimentos preventivos escrupulosamente
·                     mãe-feto
·                     a transmissão pode acontecer no 1º ou no 2º trimestre mas é mais comum na altura do parto
·                     sem tratamento da mãe o risco de transmissão é de 15-25% nos países desenvolvidos e aumenta para 25-35% nos países com piores cuidados de saúde
·                     as grávidas devem fazer um teste voluntariamente e se forem seropositivas devem fazer tratamento anti-retroviral para reduzir a virémia, ser acompanhadas por um obstetra e devem evitar a amamentação (risco de transmissão de 5-15%)
·                     outros fluídos
·                     não existe evidência de transmissão da SIDA pela saliva, lágrima, suor ou urina. Os casos que existem e que reclamam ter sido esta a via de transmissão não podem excluir completamente a hipótese da transmissão parentérica, por contacto com feridas ou erosões da pele

Tratamento

Sim, para além dos tratamentos específicos de cada uma das complicações da SIDA, existem tratamentos para reduzir a replicação do vírus, são os antiretrovirais. Outros medicamentos disponíveis, que se usam em associação com estes, são os inibidores das proteases. Também muito importante é ajudar o doente e a família a lidar com a seropositividade primeiro e com a SIDA depois e principalmente a educação dos doentes para evitarem comportamentos que possam pôr em risco outras pessoas.


CONCLUSÃO

Conclui-se que apesar da prática de sexo seguro, podem surgir algumas IST. Não se deve sentir envergonhado por estar infectado, o importante é saber que o está, pois a maioria das doenças em cima mencionadas tratam-se ou curam-se quando são detectadas. Sintomas diferentes, tanto nos homens como nas mulheres, podem significar que contraiu uma IST, mas não necessariamente. É por esta razão que é necessário que consulte um médico.
Se o médico diagnosticar uma IST, é importante que informe o seu ou a sua parceiro/a. É a única forma de permitir que também ele/a se trate. Caso os dois parceiros não sejam tratados simultaneamente, arriscam-se a reinfectarem-se mutuamente quanto tiverem relações sexuais. Quando nos é detectada uma IST, é importante utilizar o preservativo durante as relações sexuais e até ao fim do tratamento. Deverá também informar os parceiros ocasionais para evitar a propagação da infecção.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

_______________ http://www.hoops.pt/saude/saud-sida.htm
_______________ http://spdv.com.pt/resources/docs/gdeist/FolhetoISTGeralGEIDST.pdf