estrutura da personalidade

INTRODUÇÃO
Neste trabalho mostra-se um pouco da teoria de Freud em relação a personalidade, suas características, evolução, estruturas. Mas posteriormente abordarei sobre a estruturação da personalidade, pode-se ver que nem sempre a personalidade é normal, tendo assim as vezes algumas anomalias, precisando de tratamentos específicos.
Tem –se uma idéia melhor, do que seria a personalidade de cada ser humano, como ela se desenvolve, em que período isso ocorre. Notando que não somente Freud fez estudos da personalidade, mas assim também como Carl Rogers e Lacan, os quais tinham diferentes teorias e ideias do que seria a personalidade.


ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
A expressão "estruturas da personalidade" refere-se àquelas características estáveis da personalidade. As diferentes teorias da personalidade se diferenciam quanto às estruturas consideradas como base para o estudo:
1.      Traços ou disposições referem-se à consistência das reacções de um indivíduo a diferentes situações. Por exemplo, quando se diz que uma pessoa é "aberta", quer-se dizer que ela se comporta dessa maneira em diferentes situações. Em geral os traços psicológicos são vistos como dimensões contínuas, ou seja, todas as pessoas têm mais ou menos de determinada característica;
2.      Tipos psicológicos referem-se a um padrão estável de traços de personalidade. Tipos psicológicos são considerados mais como categorias do que como dimensões. Por exemplo os termos "introvertido" e "extrovertido" foram criados por Carl G. Jung como descrição de dois tipos psicológicos, ou seja, algumas pessoas são extrovertidas e outras introvertidas. Posteriormente os termos foram tomados por Hans Eysenk para descrever os dois extremos de uma dimensão, de tal forma que qualquer pessoa pode ser classificada como mais ou menos extrovertida. O construto de Eysenk, apesar de baseado em tipos psicológicos de Jung, é na verdade um traço de personalidade.
3.      Outros autores preferem ver personalidade como sistema ou conjunto de sistemas, ou seja, eles não procuram características isoladas de uma pessoa (abertura, extroversão) mas procuram observar como tais características, e mesmo a pertinência a determinado tipo psicológico, são geradas através da interacção entre diferentes processos mentais (emoções, pensamento, cognições etc.). Tais autores, assim, não vêm "extroversão" como algo que uma pessoa tem ou que uma pessoa é, mas uma descrição da forma como a pessoa se comporta e é resultado da interacção entre as formas de pensar e sentir do indivíduo.
As diferentes teorias da personalidade não se diferenciam somente quanto às unidades que tomam como base, mas também quanto à relação que há entre elas. Alguns autores consideram, por exemplo, que diferentes traços de personalidade se relacionam de maneira hierárquica. Existem duas formas de relação hierárquica entre duas características: (1) característica A é um exemplo da característica B (ex. ser "sociável", "conversador" são exemplos de "extroversão) ou (2) característica A serve a característica B (ex. ser "pontual" está a serviço (é um caminho para) ser "consciencioso"). Já outros autores como Albert Bandura consideram que as diferentes estruturas e sistemas da personalidade podem se influenciar mutuamente sem necessariamente serem organizadas hierarquicamente.
Processos da personalidade
As diversas teorias da personalidade diferenciam-se também quanto à maneira como explicam a dinâmica da personalidade, ou seja, a motivação e outros aspectos que levam à acção observável. Algumas teorias, ditas hedonistas, afirmam que o comportamento humano tem dois objectivos principais: a busca de prazer e evitar sensações desagradáveis. Assim as necessidades humanas surgem de um aumento da pressão interna (desagradável) que exige uma solução (ver pulsões) ou ainda da busca de um estado de maior prazer, por exemplo, de fama, dinheiro, poder, reconhecimento, etc. Outras teorias, pelo contrário, partem do princípio de que o ser humano busca sobretudo sua auto-realização, ou seja, seu desenvolvimento pleno enquanto pessoa. Segundo tais teóricos, o desenvolvimento de si-mesmo possui um valor tão importante para o ser humano, que ele estaria disposto aceitar uma aumento de tensão e stress para atingi-lo. Outras teorias dão ainda maior ênfase aos processos cognitivos, ao esforço do indivíduo de compreender a si mesmo e ao mundo que o cerca. Para tais autores o maior esforço do ser humano não está tanto direccionado ao hedonismo ou à auto-realização, mas à busca de consistência interna e compreensão do mundo. Isso significa aqui, que o ser humano está empenhado a construir (cognitivamente) uma auto imagem e uma imagem do mundo que o cerca consistentes, mesmo que à custa de dores e desprazeres.
No correr do desenvolvimento da psicologia da personalidade a pesquisa deu ênfase maior ora a uma tipo de motivação ora a outro. No entanto a pesquisa recente parece apontar para um quadro mais complexo, em que os diferentes tipos de motivação desempenham um papel de importância variada, mas sempre em interacção.
Crescimento e desenvolvimento
As diferentes teorias da personalidade se diferenciam também, quanto à maneira com que explicam crescimento e desenvolvimento e ao valor que dão aos diferentes factores que desempenham um papel nesse processo:
Factores genéticos e biológicos
1.      Factores psicológicos - a história pessoal do indivíduo, experiências de vida etc.
2.      Factores ambientais - cultura, classe social, família, contacto com coetâneos, etc.

PSICOPATOLOGIA E MODIFICAÇÃO COMPORTAMENTAL
As primeiras teorias da personalidade surgiram em um contexto clínico e com um fim muito prático: oferecer um fundamento teórico para os transtornos mentais e seu tratamento. As teorias posteriores, mesmo não tendo se originado em um contexto clínico, oferecem também novas possibilidades para a psicoterapia. A capacidade de determinada teoria de guiar e enriquecer a prática terapêutica é um dos principais elementos para uma avaliação da relevância dessa teoria.

OUTROS ASPECTOS RELEVANTES
Além de descrever a estrutura, os processos dinâmicos, o desenvolvimento e as possibilidades de mudança da personalidade, uma teoria da personalidade termina, por sua própria natureza, tocando e tendo de se posicionar em outros temas da maior relevância que, no entanto, ultrapassam o âmbito da psicologia da personalidade. A resposta dada a essas perguntas são, muitas vezes, dependentes do ambiente sócio-cultural do pesquisador e mostram como a cultura influencia o processo científico:
1.      A imagem do ser humano - o ser humano é um ser livre, auto determinado ou é um ser guiado por pulsões? Ou ainda meros "super computadores"?
2.      Os factores determinantes do comportamento - o ser humano é impulsionado por factores internos (pulsões, como em Freud, ou a autorrealização, como em Rogers) ou externos (reforço e castigo, como em Skinner)?
3.      A consistência e a estabilidade da personalidade - Quão consistente é a personalidade em diferentes momentos e situações? Qual é o limite da capacidade da personalidade de se transformar, se modificar? Até quando a pessoa permanece "ela mesma"?
4.      A unidade da experiência e o conceito de si mesmo - Como o ser humano é capaz de unir a diversidade de experiências que faz em uma só pessoa? Como ele é capaz de se sentir uma só pessoa, mesmo se comportando de maneira diferente em diversas situações?
5.      A relação entre os diferentes estados de consciência e o conceito de inconsciente - O que é a consciência? Qual sua função? Como são organizados os processos mentais inconscientes? Qual sua importância para a formação da personalidade?
6.      A importância da experiência temporal para o comportamento - como e de que forma as experiências passadas, presentes e futuras (esperadas) influenciam o comportamento e, assim, a personalidade?
7.      Os limites do conhecimento científico - é o método científico capaz de representar a complexidade do viver e da personalidade humana?
Como se vê, as teorias da personalidade reflectem a própria complexidade do ser humano e, oferecem, assim, sempre uma imagem parcial. Dessa forma, mais importante do que a pergunta "quais teorias são correctas e quais são falsas?" é a questão "Quão útil é esta teoria para o desenvolvimento do meu saber, para responder às questões postas pela ciência e pelas exigências práticas". A história da psicologia e de outras ciências oferece numerosos exemplos de como mesmo teorias em determinados aspectos erradas podem ter uma importância prática: apesar dos problemas, tais teorias podem oferecer uma orientação tanto para a pesquisa futura quanto para a prática.

A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE ESTABELECIDA POR FREUD
O maior explorador da psicanálise, Sigmund Freud, arriscou ordenar três componentes básicos da vida psíquica humana. Sendo eles: o id, ego e superego.

O id é o elemento mais primitivo da personalidade, sendo este o sistema original com o qual já nascemos. Formado por instintos, composto pelo prazer e impulsos orgânicos. Tudo é transmitido dos pais. O id é um elemento primordial para a estrutura da personalidade, pois é a estrutura original e mais essencial da personalidade. A partir dele que são ampliadas outras estruturas.
O ego começa a ser desenvolvido após o nascimento, quando o bebé começa a se interagir com o seu ambiente. O ego procura o prazer em contacto com a realidade. É um elemento do aparelho psíquico que aumenta a partir do id, para inteirar e atender suas exigências. Tem como desígnio garantir a saúde, sanidade e segurança da personalidade. Procura controlar ou regular os impulsos presentes do id, de modo que a pessoa busque soluções menos imediatas e mais realistas. Tem como função enfrentar a necessidade de diminuir a tensão e elevar o prazer.
O superego, esta terceira parte da estrutura da personalidade, representa o aspecto moral dos seres humanos. Ele se desenvolve quando os pais ou outros adultos transmitem valores e as normas da sociedade à criança. Esta é a última parte da personalidade que é desenvolvida a partir do ego. Trabalha como censor, informando para o ego o que é certo e errado sobre as actividades mentais e pensamentos presentes no ego. Freud apresenta três funções do superego: consciência, auto-observação e formação de ideias. É estabelecido a partir do superego dos pais, sendo este o veículo de todos os julgamentos e valores que são transmitidos de geração em geração.
Estes três componentes (id, ego e superego) segundo Freud compõem o modelo estrutural da personalidade que podem representar a impulsividade, racionalidade e a moralidade, respectivamente, de uma maneira que deve ser entendida como conceito.
Esta divisão constituída por Freud foi um grande passo na história da psicologia. Através da criação da psicanálise ele colaborou enormemente na medicina para diversos tratamentos das mais variadas doenças mentais.
MECANISMOS DE DEFESA
Os principais Mecanismos de Defesa psicológicos descritos são: repressão, negação, racionalização, formação reactiva, isolamento, projecção, regressão e sublimação (Anna Freud, 1936; Fenichel, 1945). Todos estes mecanismos podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos.
A presença dos mecanismos é frequente em indivíduos saudáveis, mas, em excesso é indicação de sintomas neuróticos ou, em alguns casos extremos, o excesso indicaria até sintomas psicóticos, e principalmente, o excesso dos mecanismos de projecção, negação da realidade e clivagem do ego.


Repressão
A repressão afasta da consciência um evento, ideia ou percepção potencialmente provocadoras de ansiedade e impede, dessa forma, qualquer “manipulação” possível desse material.
Segundo Freud, a repressão nunca é realizada de uma vez por todas e definitivamente, mas exige um continuado consumo de energia para se manter o material reprimido. Para ele os sintomas histéricos com freqüência têm sua origem em alguma antiga repressão. Algumas doenças psicossomáticas, tais como asma, artrite e úlcera, também poderiam estar relacionadas com a repressão.
Formação reactiva
Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo. Como outros mecanismos de defesa, as formações reactivas são desenvolvidas, em primeiro lugar, na infância.
Através da Formação Reactiva, alguns pais são incapazes de admitir um certo ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos a superprotecção é, na verdade, uma forma de punição. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua Formação Reactiva tratando-a com formalidade exagerada: “não é querida…” A Formação Reactiva oculta partes da personalidade e restringe a capacidade de uma pessoa responder a eventos e, dessa forma, a personalidade pode tornar-se relativamente inflexível.
Projecção
É um mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo.
A ameaça é tratada como se fosse uma força externa. A pessoa com projeção pode, então, lidar com sentimentos reais, mas sem admitir ou estar consciente do fato de que a ideia ou comportamento temido é dela mesma.
Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projectando.
Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos.
Regressão
Regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade. Linus, nas histórias em quadrinhos de Charley Brown, sempre volta a um espaço psicológico seguro quando está sob tensão. Ele se sente seguro quando agarra seu cobertor, tal como faria ou fazia quando bebé.
A regressão é um modo de defesa bastante primitivo e, embora reduza a tensão, frequentemente deixa sem solução a fonte de ansiedade original.
Deslocamento
É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita. Durante uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, entretanto, acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira ao chão.



CONCLUSÃO
Conclui que, as pessoas, geralmente, reconhecem a personalidade uma das outras através dos comportamentos que são exibidos, com grande frequência, por elas. A sociedade, ao observar o comportamento das pessoas, pode aprová-lo ou desaprová-lo, implicando em um controle social (membros considerados desapropriados sofrem profundas repressões).
Podemos perceber que a sociedade, portanto, é a maior influenciadora da personalidade, pois ela força seus membros, que são considerados desapropriados, a mudarem seus hábitos e comportamentos, a fim de enquadrá-los em seus padrões e regras.
Ao desempenhar papéis aceitos pela sociedade, as pessoas podem estar anulando sua verdadeira personalidade, que mostra por que, hoje em dia, os indivíduos sentem tanta dificuldade de encontrar seu verdadeiro eu. Porém, vale lembrar que o homem também é a sociedade e que ele também a mantém e determina.
Foi possível ver que Freud foi quem deu início a psicanálise, e que com estudos comprovou que a personalidade desenvolve-se durante os cinco primeiros anos de vida, e que o ambiente onde se vive, conflitos despertados nesta fase interferem bastante no desenvolvimento da pessoa.
Assim sendo, a Psicanálise, (o estudo e a ciência do Inconsciente) não tinha somente interesse médico, mas interessava agora a todas ciências do Homem, assim como, todos os Homens.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEIXOTO, Paulo Matos. Enciclopédia Universal Paumape. Vol. 7 , Vol. 11. Editora Paumape LTDA.
FADIMAN, J. Teorias da Personalidade. Editora Harbra
Site: www.psiqweb.med.br
Site: www.gballone.sites.uol.com.br/freud
Nova Enciclopédia Barsa – São Paulo – Editorial Ltda. 2001