CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA UTI
ÍNDICE
1. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA UTI
2. O PAPEL DO ENFERMEIRO NA UTI
2.1. A equipa de enfermagem deve:
3. CUIDADOS DA EQUIPA DE ENFERMAGEM
4. UTILIZAR EPIS COMO MEIO DE SEGURANÇA
INTRODUÇÃO
Actualmente, a disciplina de Enfermagem está
sustentada por diversos paradigmas, entre os quais destacamos os da totalidade
e os da simultaneidade, por incluírem os principais modelos conceituais e
teorias específicas para a prática de Enfermagem. Esse tema sustenta um cuidado
baseado no diálogo que se traduz no encontro genuíno entre e o profissional de
enfermagem, doentes e seus familiares. No
contexto deste trabalho, apresentamos algumas informações sobre como tem sido o
cuidado de enfermagem na UTI, enfocamos o cuidado aos familiares dos sujeitos
internados, tema este de nosso interesse para futuras fases da nossa formação.
OBJECTIVOS
Oferecer subsídios que proporcionam reflexões sobre cuidados de enfermagem, na Unidade
de Terapia Intensiva (UTI).
- Conhecer as actividades realizadas pelos
profissionais de enfermagem dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
- Identificar a presença de problemas de saúde dos
pacientes críticos por meio da monitorização maquinizada;
- Identificar os procedimentos adequados para realizar
do tratamento dos pacientes em estado crítico.
1.
CUIDADOS DE
ENFERMAGEM NA UTI
1.1.
Conceito
Uma Unidade
de Tratamento Intensivo (UTI) é uma estrutura hospitalar que se
caracteriza como "unidade complexa dotada de sistema de monitorização
contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um
ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham
possibilidade de se recuperar", onde o profissional que se dedica a esta
modalidade de atendimento chama-se intensivista.
A enfermagem é uma ciência cujo objectivo é a
implantação do tratamento de doenças e o cuidado ao ser humano,
individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico.
1.2.
Classificação
da UTI
UTI Neonatal – pacientes com idades entre 0 e 28 dias; •
Pediátrico – pacientes com idades entre 28 dias e 14 ou 18 anos;
Adulto – pacientes com idades maiores de 18 anos;
Especializada – pacientes atendidos por determinada
especialidade ou pertencentes a um grupo específico de doenças.
Uma equipa multidisciplinar actua nessa
unidade, garantindo uma assistência de saúde completa. Cada profissional de
saúde tem sua responsabilidade e atribuição para exercer durante os cuidados ao
paciente. É fundamental que toda a equipa de saúde proporcione conforto físico
e emocional ao paciente e sua família, promovendo uma assistência de saúde
humanizada.
2. O PAPEL
DO ENFERMEIRO NA UTI
O enfermeiro desempenha importante papel no
âmbito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele deve estar preparado para atender a qualquer momento
paciente com alterações hemodinâmicas, requer conhecimento específico além de
ter grande habilidade para tomar decisões e programa-las em tempo hábil, pois,
o trabalho em UTI é complexo, intenso e
contínuo.
O enfermeiro que trabalha em UTI deve ser capacitado a realizar actividades de grande
complexidade, ter autoconfiança, conhecimento técnico e científico para
conduzir o atendimento do paciente com segurança. Como se sabe, numa UTI há muitos equipamentos e tecnologia envolvida, mas o
grande diferencial de quem actua nesta área são os profissionais. A enfermagem
constitui o principal instrumento para a qualidade e sucesso no cuidado
prestado ao paciente, sendo fundamental manter-se actualizado.
O conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a administração e efeito das drogas até o
funcionamento e adequação de aparelhos, actividades estas que integram as actividades
rotineiras de trabalho desta unidade.
Na UTI os
profissionais devem ficar atentos às necessidades fisiológicas básicas dos
pacientes, pois muitos deles estão graves em risco de morte. A tecnologia dos
equipamentos desta unidade deve ser uma aliada ao profissional de enfermagem
para a manutenção dos cuidados, mas jamais deve substituir a essência humana,
afinal cada indivíduo é único, com sonhos, famílias, amigos, etc., e o
atendimento deve ser humanizado.
O enfermeiro deve realizar a sistematização da assistência
de enfermagem a todos pacientes, orientar a
equipa na execução dos cuidados e prestar assistência ao paciente grave.
2.1.
A equipa de enfermagem deve:
- Verificar sinais vitais (SSVV) no mínimo a cada 02 horas;
- Pacientes com hipotermia está indicado uso de manta térmica e
para hipertermia o uso de colchão térmico, para auxiliar na estabilização da
temperatura;
- Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas;
- Realizar avaliação neurológica (nível desconsciência,
respostas motoras, diâmetro, simetria e fotossensibilidade das pupilas);
- Auxiliar o enfermeiro e o médico em procedimentos
específicos;
- Realizar todos os procedimentos relacionados à higiene e conforto do paciente.
3. CUIDADOS
DA EQUIPA DE ENFERMAGEM
3.1.
Balanço Hídrico
- Anotar ganhos e perdas, no mínimo a cada 2h;
Ganhos: medicações, líquidos (VO e EV), dietas
e líquidos por sondas, NPP (nutrição parenteral prolongada) e hemoderivados.
Perdas: diurese, evacuação, débito
de drenos, débito de sondas, e as perdas insensíveis (suor, estado
febril e vómitos).
3.2.
Monitorização
Cardíaca
- Deve ser contínua, com rodízio do local dos eléctrodos;
- O profissional deve saber diferenciar artefactos de traçados
reais;
- Observar alterações de ritmos cardíacos, o sinusal do ritmo não
sinusal, e eventual aparecimento de arritmias;
Sonda
vesical:
Fixação:
- Homens: região anterior do abdome, mantendo a uretra
alinhada.
- Mulheres: face interna da coxa.
- Trocar a fixação a cada higiene íntima.
- Higienização: duas vezes ao dia, com água e sabão, e depois do enxagua-se
com clorexidina aquosa = diminuir riscos de infecção (ou conforme protocolo de
cada instituição).
- Utilizar sempre sistema fechado (troca de sondas, avaliar sinais
e sintomas);
- Atentar-se para prevenção de fístulas uretro-cutâneas e/ou edema
uretra interna;
Ventilação
Mecânica (cânula de entubação/traqueostomia):
- Realizar higiene oral 3x/dia;
- Observar fixação e posicionamento da cânula endotraqueal, com o objectivo
de prevenir a extubação (perdas acidentais) e a ventilação selectiva;
- Aspirar secreções e
manter vias aéreas permeáveis;
- Recomendam-se cânulas com cuff de baixa
pressão, diminuindo traumas de traqueia, insuflar lentamente até cessar a saída
de ar (ideal pressão de 20cmH2O);
- Controlar e registrar parâmetros do respirador (ventilador
mecânico);
- Participar do processo de desmame e extubação;
- Acompanhar evolução dos exames gasométricos e radiológicos,
garantindo uma assistência de qualidade ao paciente;
- Recomenda-se sistema fechado de aspiração endotraqueal a
pacientes com função pulmonar comprometida, que necessitam de PEEP (pressão
expiratória final positiva) e FiO2 (fracção inspirada de oxigénio alto);
- Atentar-se a mudança de decúbito para auxiliar na prevenção de atelectasias pulmonares
e acúmulo de secreções;
Prevenção de Quedas:
Avaliar os pacientes quanto ao risco de quedas:
- Idade inferior a 5 anos e superior a 65 anos;
- Agitação ou confusão;
- Distúrbios neurológicos;
- Utilização de medicações sedativas;
Recomenda-se:
- Manter cama baixa, rodas travadas e grades elevadas;
- Utilizar restrição ao leito SN (consentimento informado);
- Atender prontamente o chamado do paciente;
- Deambulação com auxílio.
Integridade da pele:
- Prevenção de lesão por pressão: mudança de decúbito a
cada 2 h;
- Protecção das proeminências ósseas, com coxins, para evitar
isquemias nas áreas de maior pressão;
- Hidratação da pele e massagem de conforto após banho,
favorecendo a circulação periférica e consequentemente áreas de maior pressão;
- Utilização de colchões pneumáticos, colchonetes piramidais
(casca de ovo);
Administração de Drogas Vasoactivas:
- Seguir prescrição médica;
- Sempre que possível, recomenda-se utilizar bombas
de infusão, pois desencadeiam importantes alterações
hemodinâmicas;
- Controlar pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) no
intervalo máximo de 60 minutos, para que se possa detectar e corrigir
alterações hemodinâmicas.
Administração de dietas:
- Verificar a dieta de acordo com a prescrição;
- Elevar o decúbito do paciente para 30º para infusão das dietas;
- Testar a posição da sonda antes
da administração da dieta (minimiza risco de aspiração);
- Infundir a dieta lentamente, a fim de evitar distúrbios
gastrointestinais;
- Manter por 30 min após a infusão das dietas o decúbito elevado,
facilitando a digestão e evitando aspiração;
- Observar ruídos hidroaéreos, distensão abdominal, náuseas,
vômitos e diarreias.
Privacidade do Paciente:
- Respeitar a individualidade, a intimidade, a privacidade,
anseios, valores, cultura e crenças;
- Respeitar os familiares e reconhecer a singularidade de cada um.
4.
UTILIZAR EPIS
COMO MEIO DE SEGURANÇA
O uso de Equipamentos
de Protecção Individual (EPIs) em hospitais se tornou imprescindível durante a
pandemia, uma vez que o vírus da COVID-19 é altamente contagioso.
Logo,
equipamentos passaram a ser obrigatórios, como:
·
Toucas;
·
Máscaras N95;
·
Luvas;
·
Fato cirúrgico;
·
Óculos protector;
·
Protector de
calçados;
·
Avental, e
outros.
Além disso, em
caso de suspeita, devem ser usados aerossóis específicos, que promovem a
limpeza do ambiente. Todo esse aparato permite que o contacto com o paciente
ocorra de forma segura, evitando a propagação da doença.
CONCLUSÃO
Em suma, chegamos a conclusão que uma unidade de
terapia intensiva é um ambiente de alta complexidade do qual exige um
desempenho criterioso do enfermeiro, tarefa nada fácil em um local do qual
saúde e doença, vida e morte, cura e óbito estão presentes, onde requer do
enfermeiro conhecimento técnico e científico, disponibilidade física e
emocional, ética e respeito pela vida humana, atentando -se a todos: paciente,
família e equipa.
Incube ao enfermeiro muito além de manter os
parâmetros hemodinâmicos, manipular aparelhos ou administrar medicamentos, cabe
a ele respeitar, apoiar, encorajar o paciente, prestando uma assistência
individualizada e humanizada.
Diante do exposto o enfermeiro deve ser preparado
desde a técnica para que obtenha conscientização de que independente da
tecnologia, o cuidado sempre deverá ser humanizado. Que essa pesquisa sirva de
reflexão aos futuros profissionais de enfermagem, fazendo-os observar que o
paciente estando em um momento de fragilidade e insegurança necessita de amor,
carinho, respeito, conforto, bem-estar e atenção. Fazendo valer os princípios
da bioética, elementos indispensáveis ao tratamento humanizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEDIN, E;
RIBEIRO, Luciana B. M.; BARRETO, R. Ap. Santos S. – Humanização da
assistência de enfermagem em centro cirúrgico. Revista Electrónica de Enfermagem, 2005.
Galiza MC. Estudo
das necessidades dos clientes internados em UTI; 1985