escultura
INTRODUÇÃO
Podemos
definir escultura como a arte de moldar ou talhar determinados materiais como,
por exemplo, madeira, argila (barro), pedra, metais, entre outros. O
artista plástico, no caso escultor, produz uma escultura usando criatividade,
sentimentos e ideias.
Ele
cria volumes, formas e define espaços numa escultura. No processo de
produção escultural, o artista pode utilizar várias técnicas como, por exemplo,
fundição, moldura ou o trabalho com ferramentas na matéria-prima bruta. As
esculturas são usadas desde a pré-história como manifestação artística.
Arqueólogos já encontraram diversas esculturas que foram produzidas no período
pré-histórico.
ESCULTURA
A
escultura é uma arte que
representa ou ilustra imagens plásticas
em relevo total ou parcial.
Existem várias técnicas de trabalhar os materiais, como a cinzelação,
a fundição,
a moldagem ou
a aglomeração de partículas para a criação de um objeto.
Vários
materiais se prestam a esta arte, uns mais perenes como o bronze ou
o mármore,
outros mais fáceis de trabalhar, como a argila,
a cera ou
a madeira.
Embora
possam ser utilizadas para representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma,
tradicionalmente o objetivo maior foi sempre representar o corpo
humano, ou a divindade numa forma antropomórfica. É considerada a
quarta das artes clássicas.
TÉCNICAS, FORMAS E MATERIAIS UTILIZADOS
Através
da maior parte da história, permaneceram as obras dos artistas que
utilizaram-se dos materiais mais perenes e duráveis possíveis como a pedra
(mármore, pedra calcária, granito) ou
metais (bronze, ouro, prata). Ou
que usavam técnicas para melhorar a durabilidade de certos materiais
(argila, terracota) ou que empregaram os
materiais de origem orgânica mais nobres possíveis (madeiras duráveis
como ébano, jacarandá,
materiais como marfim ou âmbar). Mas
de um modo geral, embora se possa esculpir em quase tudo que consiga manter por
pelo menos algumas horas a forma idealizada (manteiga, gelo,
cera, gesso, areia molhada),
essas obras efêmeras não podem ser apreciadas por um público que não seja
coevo.
A
escolha de um material normalmente implica a técnica a se utilizar. A cinzelação,
quando de um bloco de material se retira o que excede a figura utilizando ferramentas de
corte próprias, para pedra ou madeira; a modelagem, quando se agrega material
plástico até conseguir o efeito desejado, para cera ou argila; a fundição,
quando se verte metal quente
em um molde feito com outros materiais.
Modernamente,
novas técnicas, como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com
resinas, betão armado ou plásticos, ou
mesmo a utilização da luz
coerente para dar uma sensação de tridimensionalidade, tem
sido tentadas e só o tempo dirá quais serão perenes.
Através
do tempo, algumas formas específicas de esculturas foram mais utilizadas que
outras: O busto,
espécie de retrato do poderoso da época; a estátua eqüestre,
tipicamente mostrando um poderoso senhor em seu cavalo; Fontes de água,
especialmente em Roma, para
coroar seus fabulosos aquedutos e
onde a água corrente tinha um papel a representar; estátua, representando uma
pessoa ou um deus em forma antropomórfica; Alto ou Baixo-relevo, o
modo de ilustrar uma história em pedra ou metal ; mobiliário,
normalmente utilizado em jardins.
A ESCULTURA PELO MUNDO
Índia
As
primeiras esculturas na Índia são
atribuídas à civilização do vale do Indo, onde trabalhos em pedra e bronze
foram descobertos, sendo uma das mais antigas esculturas do mundo.
Mais
tarde, com o desenvolvimento do hinduismo, do budismo, e
do jansenismo, esta região produziu alguns
dos mais intricados e elaborados bronzes.
Alguns santuários, como o de Ellora, apresentam grandes estátuas esculpidas diretamente na
rocha. Durante o século II a.C. no noroeste da Índia, onde hoje é o Paquistão e
o Afeganistão, as esculturas começaram a
representar passagens da vida e os ensinamentos de Buda.
Embora
a Índia tivesse uma longa tradição de esculturas religiosas, Buda nunca tinha
sido representado na forma humana antes, apenas por símbolos. Este
fato reflete já uma influencia artística persa e grega na região. A Índia
influenciou ainda, através do budismo, boa parte da Ásia, como
as existentes na localidade de Angkor, no Camboja.
China
Artefactos
chineses datam do século X a.C., mas alguns períodos selecionados tiveram
destaque: Dinastia Zhou (1050-771 a.C.)
produziu alguns intrincados vasos em bronze fundido; Dinastia
Han
(206-220 a.C.) apresentou o espectacular Exército de terracota de Xian, em
tamanho natural, defendendo a tumba do imperador; As primeiras esculturas de
influencia budista aparecem no período dos Três reinos (século
III) ; Dinastia Wei
(séculos 5 e 6 ) nos da a escultura dos Gigantes grotescos, reconhecidas
por suas qualidades e elegância. O período considerado a idade de ouro da China
é a Dinastia Tang, com suas esculturas
budistas, algumas monumentais, considerados tesouros da arte mundial.
Após
este período a qualidade da escultura chinesa caiu muito. É interessante notar
que a arte chinesa não tem nus, como
é comum na arte ocidental, à exceção de pequenas estátuas para uso dos médicos tradicionais.
Também tem poucos retratos, exceto nos mosteiros, onde
eram mais comuns. E nada do que se produziu após a Dinastia
Ming (
após século XVII) foi reconhecido como bom pelos museus e colecionadores de
arte. No século passado, a influência do realismo socialista de
origem soviética arruinou o que
restava da arte chinesa. Espera-se que o ressurgimento e abertura para o mundo
ocidental traga a arte chinesa ao seu lugar de mérito.
Japão
Os
japoneses faziam muitas estátuas associadas a religião, a maioria sob
patrocínio do governo. Notáveis foram as chamadas ‘’haniva’’, esculturas em
argila colocadas sobre tumbas, no período ‘’Kofun’’. A imagem em madeira do
século IX de ‘’Shakyamuni’’, um Buda histórico é a típica escultura da era
‘’Heian’’, com seu corpo curvado, coberto com um denso drapeado e com uma
austera expressão facial. A escola Key criou um novo estilo, mais realista.
Américas
Existem
poucos exemplares de esculturas pré-colombianas no continente americano, entre
elas as famosas estátuas da Ilha
de Páscoa, algumas esculturas, principalmente em alto-relevo,
decorando edificações Maia e Asteca do Peru ao México e
algumas peças primitivas em madeira ou argila, geralmente com significado
religioso, dos povos nativos de toda América.
No
restante, só se começou a produzir arte a partir do século XVI, já sob
influência do Barroco, com destaque para imagens religiosas em madeira,
terracota e pedra macia nos locais de influência católica. Nos países de
religião protestante, por sua maior resistência ao uso religioso de imagens,
foi mais tardio o aparecimento de artistas, entrando diretamente no Neoclássico por
influência da cultura européia. A partir daí, com a facilidade de transporte e
comunicações, a arte nas Américas ficou muito semelhante à desenvolvida na
Europa.
A
escultura popular em argila do Nordeste brasileiro, as obras em madeira e
argila dos povos da Amazônia,
figuras religiosas em todas as regiões católicas da América também
possuem sua relevância no contexto atual.
África
A
arte da África tem
uma ênfase especial pela escultura, especialmente em ébano e outras madeiras
nobres. Além das divindades antropomórficas, tem especial interesse as máscaras
rituais. As esculturas mais antigas são da cultura Nok (cerca de 500 a. C.), no
território onde atualmente se encontra a Nigéria.
Antigo Egito
A
escultura no antigo Egito visava
dar uma forma física aos deuses e seus representantes na terra, os faraós.
Regras rígidas deviam ser seguidas: homens eram mais escuros que mulheres; as
mãos de figuras sentadas deveriam estar nos joelhos; e cada deus tinha suas
regras especificas de representação. Por esse motivo, poucas modificações
ocorreram em mais de três mil anos, embora tivessem resultado em peças
maravilhosas como a cabeça de Nefertiti ou
a máscara mortuária de Tutancâmon.
Europa
A Grécia clássica
é com certeza o berço ocidental da arte de esculpir, desde seus primeiros arte fatos
a partir do século X a.C., em mármore ou bronze, até o apogeu da era de Péricles (século
V a.C.), com as esculturas da Acrópole de Atenas. Foi
também quando alguns escultores começaram a receber reconhecimento individual,
como Fídias.
Produziu obras impares,como a Vitória de Samotrácia,
os mármores de Elgin ou
a Vénus de Milo.
A
partir dos gregos, os romanos, depois de um começo na tradição etrusca,
abraçaram a cultura clássica e continuaram a produzir esculturas até o fim do
império, numa escala monumental e numa quantidade impressionante, espalhando
principalmente o trabalho em mármore por todo o império.
Após
o fim do império e a idade média, onde pouco se fez, tivemos algumas
esculturas góticas
(séculos 12 e13), basicamente como decoração de igrejas, como a porta da
catedral de Chartres, arte
fúnebre com suas tumbas elaboradas e as famosas gárgulas.
Tudo
pareceu culminar no Renascimento, com
mestres como Donatello e seu Davi em bronze, a estátua
eqüestre do Gattamelata ou suas inúmeras esculturas em mármore,
abrindo caminho para a obra maior de Michelangelo, com
seu magnífico David em mármore, a Pietá, ou Moisés.
Provavelmente o David de Florença seja
a escultura mais famosa do mundo desde que foi revelada em 8 de setembro de
1504. É um exemplo do contrapposto, estilo de posicionar figuras humanas.
Quando Benvenuto
Cellini criou um saleiro em ouro e ébano em 1540, mostrando Netuno e Anfitrite em
formas alongadas e posições desconfortáveis, transformou o Naturalismo e
criou a obra maior do Maneirismo que
em sua forma mais exagerada virou o Barroco, que
acrescenta elementos exteriores, como efeitos de iluminação. Bernini foi
sem dúvida o mais importante escultor desse período, com obras como O Êxtase de Santa Teresa.
ESCULTURA DO RFENASCIMENTO
A escultura
renascentista distingue-se da gótica essencialmente
por deixar de ter a função de elemento ornamental, valendo por si mesma.
Entende-se como um processo de recuperação da escultura da Antiguidade clássica. Os escultores encontraram nos vestígios artísticos e nas
descobertas de sítios dessa época passada a inspiração perfeita para as suas
obras. Voltou-se à representação do nu, as estátuas equestres
foram retomadas, sendo exemplo de realismo. Também se inspiraram na natureza.
Neste contexto se tem de levar em conta a exceção dos artistas flamengos ao
norte da Europa, os quais, para além de superar o estilo figurativo do gótico, promoveram um Renascimento alheio ao italiano, sobretudo
na pintura.
O renascer à antiguidade com o abandono do
medieval, que para Giorgio Vasari "fora
um mundo próprio de godos", e o reconhecimento dos clássicos com todas as
suas variantes e matizes foi um fenômeno quase exclusivamente desenvolvido na
Itália. A arte do Renascimento conseguiu interpretar a natureza e traduzi-la
com liberdade e com conhecimento em múltiplas obras mestras.
CARACTERÍSTICAS
A escultura no Renascimento tomou como base e
modelo as obras da antiguidade clássica e a sua mitologia,
com uma nova visão do pensamento humanista e
da função da escultura na arte. Como na escultura grega, procurou-se a
representação naturalista do corpo humano nu com
uma técnica aperfeiçoada, graças ao estudo meticuloso da anatomia humana.
Na Itália conviveram os temas profanos com os religiosos; não assim em outros
países como a Espanha e a Alemanha, nas quais prevaleceu o tema religioso.
O corpo humano representou a beleza absoluta, cuja
correspondência matemática entre as partes encontrava-se bem definida, e
o contrapposto foi
usado constantemente de Donatello a Miguel Ângelo. Nesta época é quando se deu
praticamente a libertação da escultura do quadro arquitetônico, os relevos
foram realizados com as regras da perspectiva e
as personagens mostravam-se com expressões de dramatismo que levavam a sensação
de grande terribilità nos sentimentos expostos nas esculturas
de Michelangelo, como no rosto do seu Davi.
Um papel fundamental foi o mecenas, representado pela
igreja e por personagens da nobreza que obtinham prestígio social e propaganda
política com o seu mecenato. O mecenato abarcou todos os temas: religiosos,
mitológicos, de vida cotidiana, retratos de
personagens, etc.
Reapareceu com o Renascimento a glíptica greco-romana,
que se esquecera quase por completo durante a Idade Média na
lavra de pedra fina (salvo algumas mostras de arte bizantina), e desde o século XVI lavraram-se
preciosos camafeus de gosto clássico, tão perfeitos que, às vezes,
chegam a ser confundidos com os antigos. Porém, quase não alcançou a
restabelecer-se o uso dos entalhes de
pedra fina, tão prediletos das civilizações grega e romana. Estes pequenos
relevos serviram como modelo, após engrandecidos, para a decoração por parte de
escultores em grandes medalhões para palácios da Itália e da França.
CONCLUSÃO
Concluímos então dizendo que
a escultura, grosso modo, é a arte de transformar matéria bruta
(pedra, metal, madeira etc.) em formas espaciais com significado. Quando
dizemos “formas espaciais”, queremos dizer formas em terceira dimensão, isto é,
com volume, altura e profundidade.
Das artes plásticas, a escultura é uma das
que mais estabelecem interação com o grande público. Isso porque, geralmente,
elas são pensadas e produzidas com a finalidade de ocupar espaços públicos.
BIBLIOGRAFIA
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