alfabetização pela coscientização de Paulo conscientização
Método Paulo Freire: alfabetização pela
conscientização
O Método
Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de
adultos desenvolvida pelo educador, o método nasceu em 1962 quando
Freire era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do
Recife onde formou um grupo para testar o método na cidade de Angicos, RN onde
alfabetizou 300 cortadores de cana em apenas 45 dias, Freire criticava
o sistema tradicional, o qual utilizava a cartilha como ferramenta central
da didática para o ensinar da leitura e da escrita. Ascartilhas ensinavam
pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de
forma forçosa, que comumente se denomina como linguagem de cartilha,
por exemplo “Eva viu a uva”, “o boi baba”, “a ave voa”, dentre outros.
“Não basta
saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa
no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse
trabalho.”(Paulo freire)
O método propõe a identificação das palavras-chave do
vocabulário dos alunos -
as chamadas palavras geradoras. Elas devem sugerirsituações de
vida comuns e significativas para os integrantes da comunidade em que
se atua, como por exemplo, "tijolo" para os
operários da construção civil. Diante dos alunos, o professor
mostrará lado a lado a palavra e a representação visual do objeto que ela
designa. Os mecanismos de linguagem serão estudados depois do
desdobramento emsílabas das palavras geradoras. O conjunto
das palavras geradorasdeve conter as diferentes possibilidades silábicas e
permitir o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante a leitura e
a escrita.
"Em sala de aula, os dois lados aprenderão junto, um com o outro - e para isso é necessário que as
relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de
se expressar. Uma das grandes inovações dapedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo".(ROMÃO, José Eustáquio, Revista Nova Escola
p.2)
A valorização da cultura do aluno é a chave para o
processo deconscientização preconizado por Paulo Freire, ele
propôs o que chamou de Temas Geradores, onde o educador e educando
em sala de aula aprendem juntos, a diversidade pode contribuir para o dinamismo
da aula, para o despertar do interesse, da atenção e do envolvimento, garantindo
a todos a possibilidade de se expressar sobre aspectos da realidade,
mantendo uma ligação com o universo conhecido deles, impulsionando-os para
novas descobertas, pois aprendemos melhor aquilo que temos interesse em
conhecer. Os Temas Geradores ajuda a organizar o trabalho de
sala de aula porque possibilita uma aprendizagem significativa.
“Os conteúdos de ensino são resultados de uma
metodologia dialógica. Cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica
dispõe em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários
dos quais se parte. O importante não é transmitir conteúdos específicos, mas
despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A transmissão de
conteúdos estruturados fora do contexto social do educando é considerada
“invasão cultural” ou “depósito de informações” porque não emerge do saber
popular".
A proposta de Freire parte do estudo da realidade que
é a fala do educando, e aorganização do dado que
é a fala do educador, surgindo os Temas Geradoresda problematização da prática de vida dos educandos e os conteúdos de ensino que
são resultados de uma metodologia
dialógica.
"Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito
da criação cultural não é individual, mas coletivo". (ROMÃO, José
Eustáquio, Revista Nova Escola p.2)
Etapas do método
1.
Etapa de
Investigação: busca conjunta entre professor e aluno das
palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo
vocabular e da comunidade onde ele vive.
2.
Etapa de
Tematização: momento da tomada de consciência do mundo,
através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.
3.
Etapa de
Problematização: etapa em que o professor
desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para
uma postura conscientizada.
As fases de aplicação do
método
Freire propõe a
aplicação de seu método nas cinco fases seguintes:
·
1ª fase: Levantamento do
universo vocabular do grupo. Nessa fase ocorrem as interações de aproximação e
conhecimento mútuo, bem como a anotação das palavras da linguagem dos membros
do grupo, respeitando seu linguajar típico.
·
2ª fase: Escolha das
palavras selecionadas, seguindo os critérios deriqueza fonética, dificuldades
fonéticas -
numa seqüência gradativa das mais simples para as mais complexas, do
comprometimento pragmático da palavra na realidade social, cultural, política
do grupo e/ou sua comunidade.
·
3ª fase: Criação de
situações existenciais características do grupo. Trata-se de situações
inseridas na realidade local, que devem ser discutidas com o intuito de abrir
perspectivas para a análise crítica consciente de problemas locais, regionais e
nacionais.
·
4ª fase: Criação das
fichas-roteiro que funcionam como roteiro para os debates, as quais deverão
servir como subsídios, sem no entanto seguir uma prescrição rígida.
·
5ª fase: Criação de fichas
de palavras para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes às
palavras geradoras.