Henry
Ford
Henry Ford
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Nascimento
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Nacionalidade
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Cônjuge
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Clara Jane Bryant
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Filho(s)
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Ocupação
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Prêmios
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Medalha Elliott Cresson (1928)
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Henry Ford (Springwells, 30
de julho de 1863 — Dearborn, 7 de abril de 1947) foi um empreendedor estadunidense,
fundador da Ford
Motor Company, autor dos livros "Minha filosofia de
indústria" e "Minha vida e minha obra"1 , e o
primeiro empresário a aplicar a montagem
em série de forma a produzir
em massa automóveis em menos
tempo2 e a um
menor custo.3 A
introdução de seu modelo Ford T
revolucionou os transportes e a indústria dos Estados Unidos.4 Ford foi
um inventor
prolífico e registrou 161 patentes nos Estados
Unidos.5 Como
único dono da Ford Company, ele se tornou um dos homens mais ricos e
conhecidos do mundo.6 No dia
16 de junho de 1903, dia da fundação da Ford Motor Company, foi investido um
capital de US$150 000 (em valores da época), de doze sócios, sendo que US$28
000 foram investidos pelo próprio Ford, com então 40 anos na época.
A ele é atribuído o "fordismo",
isto é, a produção em grande quantidade de automóveis a baixo custo por meio da
utilização do artifício conhecido como "linha
de montagem", o qual tinha condições de fabricar um carro a cada 98 minutos,
além dos altos salários oferecidos a seus operários —
notavelmente o valor de 5 dólares por dia,
adotado em 1914.7
Ford via no consumismo uma
chave para a paz, o que o
levou certa vez a dizer: "o dinheiro é a coisa mais inútil do mundo; não
estou interessado nele, mas sim no que posso fazer pelo mundo com ele".8 Ele não
confiava em contabilistas, tendo
reunido uma das maiores fortunas do mundo sem ao menos possuir auditoria em sua companhia. A
companhia teve sua primeira auditoria depois que Henry
Ford II se tornou seu diretor[carece de fontes].
O intenso empenho de Henry Ford para baixar os custos resultou em muitas
inovações técnicas e de negócios, incluindo um sistema de franquias que
instalou uma concessionária em cada cidade da América
do Norte, e nas maiores cidades em seis continentes. Ford
deixou a maior parte de sua grande riqueza para a Fundação
Ford, mas
providenciou para que sua família pudesse controlar a companhia
permanentemente.
Primeiros anos
Ford nasceu em 30 de julho de 1863, em uma fazenda
próxima a um município rural a oeste de Detroit, no
estado do Michigan (este
espaço hoje faz parte de Dearborn). Seu
pai, William Ford (1826-1905), nasceu em County
Cork, Irlanda. Sua
mãe, Mary Litogot Ford (1839-1876), nasceu em Michigan, e era a mais nova dos
filhos de imigrantes belgas; seus
pais morreram quando Mary era uma criança e ela foi adotada pelos vizinhos, os
O'Herns. Os irmãos de Henry Ford são: Margaret Ford (1867-1868); Jane Ford (c
1868-1945), William Ford (1871-1917) e Robert Ford (1873-1934).
Ford iniciou sua trajetória com motores, digamos
assim, na fazenda de seu pai. Ele era responsável pelos reparos nas máquinas da
fazenda, mostrava muita habilidade para inovar e sua principal intenção era
observar o funcionamento mecânico das máquinas e equipamentos. A vida na
fazenda era difícil, exigia serviços pesados feitos à mão. Por causa disso,
desde menino Ford já demonstrava o interesse em diminuir o trabalho manual com
o uso de máquinas. No ano de 1875, com doze anos, o contato com um locomover a
vapor o levou a estudar os carros automotores.9
Sua mãe morreu em 1876. Seu pai desejava que Henry
no futuro assumisse a fazenda, mas Henry não tinha gosto pelos trabalhos
agrícolas. Com o falecimento de sua mãe, muito pouco permaneceu para o manter
na fazenda. Mais tarde ele disse a seu pai: "Eu nunca tive qualquer
amor especial pela fazenda — era a mãe na fazenda que eu amava".10
Aos quinze, ele tinha a reputação de reparador de
relógios, tendo desmantelado e remontado as peças de relógios de amigos e
vizinhos dezenas de vezes.11 Em 1879,
com 16 anos , ele deixou sua casa e foi para a cidade vizinha Detroit, para
trabalhar como aprendiz de operador de máquinas,
primeiro na empresa James F. Flower & Bros., e mais tarde na Detroit Dry
Dock Co. Em 1882 retornou a Dearborn para trabalhar na fazenda da família e se
tornar experiente na operação dos motores a vapor
portáteis da Westinghouse. Aos 19,
Ford entrou para a Companhia Westinghouse, no conserto e na montagem de
locomoveis a vapor. Em 1885, trabalhando como mecânico das oficinas da Eagle
Motor Works, em Detroit, seu interesse se concentra nos motores a explosão.
Dois anos depois, Ford construiu seu primeiro motor desse tipo, movido a
gasolina.12
Ford se casou com Clara Jane Bryant (1865-1950) em
abril de 1888, e se sustentava com a exploração da fazenda e mantendo uma serraria.13 Eles
tiveram um único filho, Edsel
Bryant Ford (1893-1943).14
Por volta do ano de 1890, Ford assumiu o lugar de
engenheiro maquinista na cidade de Detroit na Edison Illuminating Company. Em
1893, após sua promoção ao cargo de Engenheiro Chefe, Ford passou a ter
bastante tempo e dinheiro para dedicar-se às suas experiências pessoais com
motores a gasolina.9 Estes
experimentos culminaram em 1896 com a conclusão de seu próprio veículo
automotor denominado Quadriciclo, que ele
dirigiu em teste em 4 de junho. Depois de vários testes, Henry Ford planejou
formas de melhorar o Quadriciclo.15
Sua primeira empresa foi a Detroit Automobile
Company, sob a responsabilidade de ser engenheiro chefe, entretanto, a fábrica
fechou devido à discordância com os outros diretores em relação à adoção da
produção em massa como modelo padrão. Anos mais tarde, montou outra empresa,
esta voltada para carros de corrida, contudo, a produção desses carros não
obteve êxito. Mesmo assim, Ford persistiu com a ideia e juntamente com o
projetista Harold Wills montou o chamado carro 999, com o qual Barney Oldfield
se tornou campeão, divulgando o carro em todo país. Esse passo foi importante,
pois o rendimento financeiro proveniente do sucesso de seu carro deu suporte
financeiro a suas ideias e assim a Ford Motor Company foi fundada.16
Ford Motor Company
Com 40 anos de idade, Ford, com outros 11
investidores e 28.000,00 dólares de
capital, formaram a Ford
Motor Company em 1903. Em um carro recém-planejado, Ford fez uma
exposição sobre o gelo do Lago
Saint Clair, dirigindo uma milha (1609 metros) em 39,4
segundos,
estabelecendo um novo recorde de
velocidade terrestre em 91,3 milhas por hora (147,0 km/h). Persuadido por
esse êxito, o piloto de corrida Barney Oldfield, que nomeou o novo modelo Ford
de "999" em honra de uma locomotiva de
corrida da época, levou o carro por todo o país, tornando a marca Ford
conhecida em todos os Estados Unidos. Ford também foi um dos primeiros
patrocinadores do Indianápolis
500.
Ford maravilhou o mundo em 1914, oferecendo o
pagamento de 5,00 dólares por dia, o que mais do que duplicou o salário da
maioria dos seus trabalhadores. O movimento foi extremamente rentável; no lugar
da constante rotatividade de empregados, os melhores mecânicos de Detroit
afluíram para a Ford, trazendo seu capital humano e sua habilidade, aumentando
a produtividade e reduzindo os custos de treinamento. Ford chamou isso de
"salário de motivação" ("wage motive"). O uso da integração vertical pela
empresa também provou ser bem sucedido quando Ford construiu uma fábrica
gigantesca, onde entravam matérias
primas e de
onde saiam automóveis acabados.
Modelo T
O Ford
Model T foi apresentado em 1 de outubro de 1908. Ele tinha muitas inovações
importantes, como o volante no lado
esquerdo, o que foi logo copiado por todas as outras companhias. O motor e o câmbio eram totalmente fechados. Os 4
cilindros eram fundidos em um bloco sólido, e a suspensão usava duas molas semi-elípticas. O carro
era muito simples de se dirigir e, o mais importante, sua manutenção era
barata. O veículo era tão barato em 1908, custando 825,00 dólares (o preço
caía todo ano) que na década
de 1920 a maioria dos motoristas norte-americanos aprenderam a dirigir o Modelo
T, o que deixou boas memórias para milhões de pessoas.
Ford criou um sólido sistema de publicidade Detroit
para garantir que cada jornal transmitisse notícias e anúncios sobre o novo
produto. A rede de concessionários locais de Ford tornou o carro onipresente em
praticamente todas as cidades da América do Norte. Como revendedores
independentes, as franquias enriqueceram e fizeram a propaganda não
apenas de Ford, mas também do próprio conceito de automobilismo; clubes locais
de automóveis surgiram para ajudar novos motoristas e para explorar o campo.
Ford foi sempre ávido para vender aos fazendeiros, que viram no veículo um
dispositivo comercial para ajudar em seus negócios. As vendas subiram
rapidamente - vários anos tiveram 100% de lucros em relação ao ano anterior.
Sempre na busca de maior eficiência e menores custos, em 1913 Ford introduziu a
montagem em esteiras em movimento nas suas instalações, o que permitiu um
enorme aumento da produção. As vendas ultrapassaram 250.000 unidades em 1914.
Por volta de 1916, tendo o preço baixado para US$ 360,00 para os carros de
passeio básicos, as vendas atingiram 472.000 unidades.17
Se tivesse feito o que
meus clientes pediam teria construído uma carruagem com mais cavalos ao invés
do modelo T.
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||
— Ford18
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Por volta de 1918, metade dos carros na América do
Norte eram Modelos T. A alta produção conseguida por Ford tem como
característica marcante a escolha de uma única cor de veículo, que era preta.
Desta forma, ele conseguia montar os veículos sem ter que diferenciar o
processo de pintura. Existe uma frase famosa que Ford escreveu em sua autobiografia sobre a
escolha da cor do veículo: "O cliente pode ter o carro da cor que
quiser, contanto que seja preto".19 Antes do
desenvolvimento da linha de montagem, que exigia a cor preta por sua secagem
mais rápida, o Modelo T era disponível em outras cores, incluindo o vermelho. Esse
esquema era veementemente defendido por Henry Ford, e a produção continuou até
1927; a produção final total foi de 15.007.034 unidades. Esse foi um recorde
que permaneceu por 45 anos.
Em 1918, o presidente Woodrow
Wilson pediu
pessoalmente a Ford para que se candidatasse ao Senado dos Estados Unidos, de
Michigan, como um democrata. Embora
a nação estivesse na guerra, Ford concorreu como um candidato pacífico e um
forte apoiador da proposta Liga
das Nações.20 Em
dezembro de 1918, Henry Ford transferiu a presidência da Ford Motor Company
para seu filho Edsel Ford. Henry,
entretanto, retinha a autoridade de decisão final e algumas vezes revogou as
decisões de seu filho. Henry e Edsel compraram todas as ações restantes de
outros investidores, dando deste modo à família exclusivo domínio sobre a
companhia.
Por volta da metade da década de 1920, as vendas do
Modelo T começaram a declinar devido à concorrência crescente. Outros
fabricantes de automóveis ofereciam planos de pagamentos pelos quais os
clientes podiam comprar seus carros, que comumente incluíam características
mecânicas mais modernas e estilos não disponíveis no Modelo T. Apesar dos
estímulos de Edsel, Henry recusava-se firmemente a incorporar novas
características no Modelo T ou a criar um plano de crédito para os compradores.
Modelo A e carreira posterior de
Ford
Por volta de 1926, o enfraquecimento das vendas do
Modelo T finalmente convenceu Henry a fazer um novo modelo de automóvel. Ele
desempenhou o projeto com um grande número de técnicos especializados no
projeto de motor, chassi, mecânica e outras necessidades, deixando o desenho da
carroceria para seu
filho. Edsel conseguiu por vezes prevalecer sobre seu pai na oposição inicial
deste à inclusão de um sistema de mudança de transmissão deslizante. O
resultado foi o sucesso do Ford
Model A, introduzido em dezembro de 1927 e produzido até 1931, com uma produção
total de mais de quatro milhões de automóveis. Posteriormente, a empresa adotou
um sistema de mudança anual de modelo, semelhante ao que é utilizado pelos
fabricantes de automóveis de hoje. Não antes de 1930 Henry superou sua oposição
contra companhias de financiamento. No entanto, após isso, a Universal Credit Corporation, de
Ford, tornou-se a principal financiadora de veículos.
Filosofia de trabalho
Henry Ford foi um pioneiro do "capitalismo do bem-estar social"
concebido para melhorar a situação dos seus trabalhadores e especialmente para
reduzir a grande rotação de empregados de muitos departamentos, que contratavam
300 homens por ano para preencher 100 vagas. Eficiência significava contratar e
manter os melhores trabalhadores. Em 5 de janeiro de 1914, Ford anunciou seu
programa "cinco dólares por dia". O programa revolucionário e
sistemático incluía uma redução da duração do dia de trabalho de 9 para 8
horas, 5 dias de trabalho por semana, e um aumento no salário-mínimo diário de
US$ 2,34 para US$ 5 para trabalhadores qualificados.21 Outra
inovação para o período foi a repartição com seus empregados de uma parte do
controle acionário.22
Pacifismo
Henry Ford foi um cristão episcopal que era contra
a guerra, argumentando que ela era um desperdício de tempo.23 Ford
tornou-se altamente crítico com aqueles que financiavam a guerra e parecia
fazer tudo o que podia para detê-los. Em 1915 o pacifista Rosika Schwimmer
obteve a ajuda de Henry Ford para financiar uma viagem de navio para a Europa,
com o objetivo de ser uma espécie de "missão de paz", para si e
aproximadamente 170 outros proeminentes líderes pacifistas. O pastor episcopal
de Ford, Reverendo Samuel S. Marquis, acompanhou-o na viagem. Marquis também
liderou o departamento de sociologia de Ford entre 1913 e 1921. Ford conversou
com o presidente Wilson sobre a missão, mas não obteve qualquer apoio
governamental. Seu grupo partiu rumo à neutra Suécia e à Holanda para
encontrar-se com ativistas da paz naquele país. Ridicularizado, teve que deixar
o navio logo que este chegou à Suécia. Em sua vida, Ford tinha empatia com o
movimento nazista24 , por
ser contra a dominação dos meios de comunicação do ocidente por judeus,
chegando inclusive a ser condecorado por Hitler com a Ordem de Mérito da Águia Alemã em 30
de julho de 1938.25 26 27
Companhia de Aviões Ford (Ford
Airplane Company)
Henry Ford teve participações na mecanização do
campo, na fabricação de motores aeronáuticos, chegando a construir um motor
Liberty durante o período da primeira guerra mundial, e anos mais tarde um
trimotor para aviões.
A Ford, assim como outras empresas automotivas,
entrou no negócio da aviação durante a Primeira
Guerra Mundial. Após a guerra, ele retornou à indústria
automobilística até 1925, quando Henry Ford adquiriu a companhia de aviação
Stout Metal Airplane Company.28
A mais bem sucedida aeronave de Ford
foi o Ford 4AT Trimotor - chamado de "Ganso de
Lata" ("Tin Goose"), em virtude da sua construção
metálica ondulada. O avião utilizava uma nova liga chamada Alclad, que
combinava resistência à corrosão do alumínio com a força do duralumínio. O avião
era semelhante ao F.VII-3m da Fokker, e
alguns dizem que os engenheiros da Ford secretamente mediram o avião Fokker e,
em seguida, o copiaram. O Trimotor voou pela primeira vez em 11 de junho de
1926, e foi o primeiro bem sucedido avião de passageiros dos Estados Unidos,
acomodando cerca de 12 passageiros de modo um tanto desconfortável. Diversas
variantes foram também usadas pelo Exército dos Estados Unidos.
Aproximadamente 200 Trimotores foram construídos antes de ter sido interrompido
sua produção em 1933, quando a Ford Airplane Division encerrou suas atividades
devido às poucas vendas durante a Grande
Depressão.
Corrida
Ford iniciou sua carreira como um motorista de
carros de corrida e manteve seu interesse por este esporte durante o período de
1901 até 1913. Henry colocou o desprovido Modelo Ts em corridas, terminando em
primeiro lugar (embora posteriormente desqualificado), em uma corrida
"mar-a-mar" (atravessando os Estados Unidos) ocorrida em 1909, e
estabelecendo o recorde de velocidade em pista oval de uma
milha (1,6 km) em Detroit Fairgrounds em 1911
com o motorista Frank Kulick. Em 1913, Ford tentou colocar um Modelo T
reformulado no Indianapolis
500, mas foi
informado que as regras exigiam a adição de mais 1.000 libras (450 kg) no
carro antes que ele pudesse ser aprovado. Ford saiu da corrida e logo depois
deixou as corridas permanentemente, usando como argumento a insatisfação com as
regras do esporte e as exigências de seu tempo pelo grande aumento na produção
do Modelo T.
Negócios internacionais
A filosofia de Ford defendia a independência
econômica para os Estados Unidos. Sua fábrica em River
Rouge
tornou-se o maior complexo industrial do mundo, sendo até mesmo capaz de
produzir o seu próprio aço. Ford tinha por objetivo produzir um veículo a
partir do zero, sem dependência de comércio externo. Ele acreditava na expansão
global de sua companhia. Acreditava que o comércio internacional e a cooperação
internacional levariam à paz, e usou o processo de linha de montagem e produção
do Modelo T para demonstrar isso.29 Ele
abriu as fábricas de montagem Ford no Reino
Unido e no Canadá em 1911,
e logo se tornou o maior produtor de automóveis nesses países. Em 1912, Ford
cooperou com Agnelli da Fiat para
lançar as primeiras montadoras de automóveis italianas. As
primeiras instalações na Alemanha foram
construídas na década de 1920, com o encorajamento de Herbert
Hoover e do
Departamento de Comércio, que concordava com a teoria de Ford, que afirmava que
o comércio era essencial para a paz mundial.30
Na década de 1920 Ford também construiu instalações
na Austrália, na Índia e na França, e, por
volta de 1929, ele teve concessionários de sucesso em seis continentes.
Ford tentou uma plantação comercial de seringueiras para a
produção de borracha na Amazônia brasileira chamada
de Fordlândia; o que
foi uma de suas poucas falhas.31 Em 1929,
Ford aceitou o convite de Stalin para
construir um modelo de fábrica (NNAZ, hoje GAZ), em Gorky, uma cidade mais
tarde renomeada para Nizhny
Novgorod, e enviou engenheiros americanos e técnicos para ajudar a instalá-la,
incluindo o futuro dirigente de sindicato Walter
Reuther.
O acordo de assistência técnica entre a Ford Motor
Company, a VSNH e a American
Trading Organization (AMTORG), controlada pelos soviéticos32 (como
agente de compra) foi firmado por nove anos e assinado em 31 de maio de 1929
por Ford, pelo vice-presidente da FMC Peter
E. Martin, por V. I. Mezhlauk, e pelo presidente da Amtorg, Saul G. Bron. A Ford
Motor Company trabalhou para conduzir os negócios em todas as nações com as
quais os Estados Unidos mantinham relações diplomáticas pacíficas. Por volta de
1932, a Ford fabricava um terço de todos os automóveis do mundo.
A imagem da Ford pasmou os europeus, em especial os
alemães, despertando o "medo de alguns, a obsessão de outros, e o fascínio
entre todos".33 Os
alemães que discutiam o "Fordismo" frequentemente acreditavam que ele
representava algo fundamentalmente norte americano. Eles viram o tamanho, o
ritmo, a padronização, e a filosofia da produção demonstrada nos trabalhos de
Ford como um serviço nacional — uma "coisa americana" que
representava a cultura dos Estados Unidos. Tanto
os apoiadores quanto os críticos insistiam que o Fordismo compendiava o
desenvolvimento capitalista norte americano, e que a indústria automobilística
era a chave para a compreensão das relações econômicas e sociais nos Estados
Unidos. Como explicou um alemão, "os automóveis alteraram tão
profundamente o modo de vida americano, que hoje dificilmente se pode imaginar
alguém sem um carro. É difícil lembrar como era a vida antes de o sr. Ford
começar a pregar sua doutrina da salvação".34 Para
muitos alemães, Henry Ford encarnava a essência do americanismo de sucesso.
O legado de Ford
As ideias de Henry Ford modificaram todo o
pensamento da época, foi através delas que se desenvolveu a mecanização do
trabalho, produção em massa, padronização do maquinário e do equipamento, e por
consequência dos produtos, forte segregação do trabalho manual em relação ao trabalho
braçal - o operário não precisava pensar apenas como fazer seu trabalho, mas
efetuá-lo com o mínimo de movimentação possível. Ele também implementou a
política de metas, mesmo não possuindo esse nome, afirmando que X carros
deveriam ser produzidos em Y dias. Além disso, ele revolucionou o tratamento
dispensando aos trabalhadores, pois melhorou o salário deles; segundo Ford, ao
mesmo tempo em que, pelo pagamento de um salário substancial para aqueles que
trabalhavam com a produção e a distribuição, ocorria o aumento de poder de
compra proporcionalmente, criando um movimento econômico cíclico. Por esses
motivos pode-se dizer que Henry Ford tornou-se um grande marco, sendo hoje
muito estudado nas áreas de administração.22
Falecimento
Henry Ford faleceu em Dearborn em 7 de
abril de 1947. Encontra-se sepultado no Cemitério Woodlawn, Detroit, Condado de Wayne (Michigan), Michigan nos Estados
Unidos.35