HISTÓRIA DA BÍBLIA E AS ATUALIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Israel Izidoro Pacifico[1]
Resenha
Introdução
O mundo atual e marcado por mudanças bruscas de hábitos devido as inovações tecnológicas e os meios de comunicações em alta velocidade, onde as dimensões das historicidade bíblica não fica de fora, pois as exposições dos relatos bíblicos são apresentados das mais variadas formas, havendo até o fato inovador de se usar como tema de novela histórias inteiras relatadas pela Bíblia Sagrada.
 Na perspectiva de incentivar para que se levante um olhar profundo sobre as verdades bíblicas, apresento esta resenha do artigo: (HISTÓRIA DA LEITURA E HISTÓRIA DA RECEPÇÃO DA BÍBLIA, de Antonio Paulo Benatte), que acredito trazer uma grande contribuição a respeito das significações da leitura bíblica.

A leitura da bíblia

Este importante artigo trata com muita sabedoria a questão da Bíblia, e da história de sua leitura e recepção, onde o autor faz análises sobre o caminho de um texto e suas interpretações ao longo de sua trajetória, partindo de uma idéia de uma aliança particularmente produtiva que pode ser construída entre a história da leitura e a história de sua recepção.
Alguns críticos literários são citados pelo autor como: Robert Darnton, Judith Kovacs e Christopher Rowland, que abordam questões como: O que os leitores pensam ser o significado da Bíblia, trazendo um raciocínio muito importante ao afirmar que a recepção da bíblia não pressupõe necessariamente sua leitura.
Citando como exemplo os cristões analfabetos, que ao ouvirem a leitura bíblica são impactados. Afirmando ainda ser a Bíblia um livro sempre contemporâneo, não entre outras coisas; por suas palavras de sabedoria e por sua metafísica, e sim sem dúvida, por sua possibilidade praticamente infinita de atualização.
O autor fala sobre o fato de a Bíblia ser considerado um livre clássico do ponto de vista laico, citando o escritor “Jorge Luis Borges”, e sua definição de clássico como: (Um livro que as gerações dos homens, urgidos por razões diversas, lêem com prévio fervor e com uma misteriosa lealdade).
Ao falar da teoria literária o autor aponta a Bíblia como o arquétipo do texto canônico, se apoiando na definição de Frank Kermode, pois em sua posição quanto texto canônico ele afirma que: (No processo de sua transmissão cultural, um texto ou um livro adquire sua identidade e sua diferença em relação a si mesmo, gerando novos modos de ver coisas velhas, e novas coisas que nunca vimos antes).
O autor citando Gadamer, fala sobre a importância de se focar o significado do texto acumulados ao longo do tempo, pois tal acumulo constitui seu principal objetivo, e deve ser considerado seu crescimento e transmição histórica e interpretações através das quais ele chegou a nós, estando a compreensão do texto condicionada a compreensão de sua própria história.
Apoiando- se no escrito de L. Alexander Milton onde tal escritor coloca a Bíblia como uma portadora de cultura, e com a capacidade de ter efeito mais abrangente que a própria teologia admite, além de em um campo mais vasto dos estudos bíblicos, a história da recepção se uma disciplina inclusiva concededora de relevância tanto à leitura e interpretação tradicionais.

O autor caminha sempre sobre o solo da historicidade dos textos bíblicos. Falando das abordagens socioculturais ou contextualistas no âmbito da história da leitura, sugerindo ser a bíblia, uma obra aberta com significados extremamente instáveis, não tendo um sentido fixo e determinável.
 Como tal, segundo o autor gera letigios de interpretações que culminam na ruptura da própria comunidade interpretativa, estando o conflito de interpretações em torno do real significado da Bíblia. Porem com isso se constitui assim um rico e vasto material para a investigação histórica.
Segundo o autor parece ser mais plausível: poder encontrar conflitos e tensões entre formas padronizadas de interpretação num mesmo grupo de leitores, mas em suma precisa-se compreender o processo pelo qual os textos escritos fazem sentido para aqueles que deles se apropriam ou os recebem nas mais diversas e variadas circunstâncias.
E notável como o autor expõe que nenhum outro livro, em toda a história humana, tenha sido objeto de tanto controle sobre a interpretação quanto a Bíblia, colocando porem a Bíblia em um patamar de perigo por sua riqueza polissêmica capaz gerar tanto leituras conservadoras e reacionárias quanto reformistas e revolucionárias da ordem social.
O autor afirma ser a recepção da bíblia, sempre um ato criador e o consumo cultural do texto representa um novo momento da produção, porem tendo um limite a que se dirá dele, mas sim deve se seguir uma dialogia tende por formas padronizadas niveladas por uma consciência dos mesmos códigos culturais, o que gerara a uma comunidade de interpretação.
 O autor trata da questão da leitura religiosa, e sua separação entre o sagrado e o profano, inclusive na dimensão das experiências, sendo levada em conta a variação histórica e de cultural.
Finalizando o autor fala das lógicas e dinâmicas da recepção, as quais formam tradições históricas particulares apreensíveis e compreensíveis enquanto singularidades no tempo e no espaço e fala também que dependendo de como a Bíblia for lida poderá traçar parâmetros de entendimento para uma ampla compreensão da história da recepção da Bíblia.

Considerações pessoais

Acredito que as maneiras de se expor às verdades bíblicas, as praticas de sua leitura e as abrangências da sua compreensão e significação, tendem a ser cada dia ampliada, porem o cuidado para não se banalizar as verdades bíblicas e faz-se eminente.
Referencias bibliográfica
Benatte, Antonio Paulo. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/oracula/article/view/5893/4765 . Ultimo acesso em 16 de Outubro de 2017.
Almeida, João Ferreira de. Bíblia Sagrada - Revista e corrigida. Ed. 1995: São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004. 1564p.
[1] Pastor, Teólogo e Psicopedagogo Institucional


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