TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
INTRODUÇÃO
Neste
trabalho abordaremos sobre a teoria clássica da administração, em que
posteriormente vimos que a Teoria Clássica da
Administração representa, hoje, a conquista de uma longa história, no
campo do conhecimento humano que despontou no início do século XX, no quadro da
2ª Revolução Industrial. Com a 2ª Revolução Industrial, principalmente com o
surgimento da energia elétrica e o uso dos combustíveis de petróleo, há um novo
surto de progresso, acompanhado da expansão do capitalismo financeiro, que
viria permitir a criação e o funcionamento de grandes organizações
empresariais.
TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
"Administração
Industrial e Geral", editado em 1916. Caracteriza-se pela ênfase na
estrutura organizacional, da visão do homem económico e
pela busca da máxima eficiência organizacional. Também é caracterizada pelo
olhar sobre todas as esferas (operacionais e gerenciais), bem como na direcção
de aplicação do topo para baixo (da gerência para a produção). O modo como
Fayol encarava a organização da empresa à Teoria Clássica a impostação de
abordagem anatômica e estrutural.
Paralelamente
aos estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri
Fayol defendia princípios semelhantes na Europa,
baseado em sua experiência na alta administração. Enquanto os métodos de Taylor
eram estudados por executivos Europeus, os seguidores da Administração Científica só
deixaram de ignorar a obra de Fayol quando foi publicada nos Estados Unidos. O
atraso na difusão generalizada das ideias de Fayol fez com que grandes
contribuintes do pensamento administrativo desconhecessem seus princípios.
Sofreu
críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais
e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade.
FUNDAMENTOS
Henri
era engenheiro de minas e dedicou sua vida à empresas no setor de mineração.
Chegou a recuperar a Compagnie Commantry Fourchambault et
Decazeville da falência, quando assumiu o seu cargo de diretor geral.
Creditava seu sucesso como administrador a um sistema de administração que é
descrito em Administration Industrialle et Genéralle (Administração
industrial e geral), publicado em 1916.
Este sistema repousa sobre uma distinção das funções essenciais da empresa em
seis categorias e as funções do administrador em cinco elementos. Além disso,
enuncia 14 princípios gerais da administração, que refletem orientações gerais
embutidas nele
Segundo
Idalberto Chiavenato, Fayol procurou dividir qualquer empresa em seis funções
básicas:
1. Técnicas,
relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa
2. Comerciais,
relacionadas com a compra, venda e permutação
3. Financeiras,
relacionadas com a procura e gerência
4. Segurança,
relacionadas com a protecção e preservação dos bens e das pessoas
5. Contáveis,
relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas
6. Administrativas,
relacionadas com a integração das outras cinco funções
As
funções administrativas coordenam as demais funções da empresa.
Elementos da função administrativa – POC
Planejar -
Estabelece os objectivos da empresa, especificando a forma como serão
alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de acções
para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de
base directora à operacionalização
·
Organizar - É a forma de coordenar todos
os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da
melhor forma segundo o planejamento estabelecido.
·
Comandar - Faz com que os subordinados
executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam
claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados
se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e
colaboração de cada um para a realização dos objectivos definidos.
·
Coordenar - A implantação de qualquer
planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a
empresa, almejando as metas traçadas.
·
Controlar - Controlar é estabelecer
padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar que as atitudes
empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O controle das actividades
desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as
regras estabelecidas e ditadas.
Diferente
dessas funções, hoje usa-se apenas: Planejar, Organizar, Dirigir ou Executar e
Controlar. (no lugar de Comandar e Coordenar) Uniram-se essas duas funções
porque o objectivo é o mesmo
Princípios Básicos
Fayol relacionou
14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar aos de
Taylor:
·
Divisão
do trabalho - Especialização dos funcionários desde
o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a
eficiência da produção aumentando a produtividade.
·
Autoridade e responsabilidade -
Autoridade é darem ordem teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a
contrapartida da autoridade. Deve-se levar em conta o direito de dar ordens e
exigir obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e
responsabilidade.
·
Disciplina - Necessidade
de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas para todos os
funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.
·
Unidade
de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um
chefe, evitando contra-ordens.
·
Unidade
de direcção - O controle único é possibilitado com
a aplicação de um plano para grupo de actividades com os mesmos objectivos.
·
Subordinação
dos interesses individuais ao bem comum - O interesse de todos
os funcionários da empresa não deve prevalecer sobre os interesses da
organização como um todo.
·
Remuneração -
Remuneração de trabalho deve ser justa para ambos os empregados e
empregadores..
·
Centralização -
Fayol acreditava que os gerentes devem manter a responsabilidade final, mas
eles também precisam de dar autoridade a seus subordinados que eles possam
realizar seu trabalho adequadamente. O problema é encontrar o melhor grau de
centralização em cada caso.
·
Linha
de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da
estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa.
·
Ordem -
Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar para cada coisa e
cada coisa em seu lugar.
·
Equidade - A
justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a
devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais.
·
Estabilidade
dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências
negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.
·
Iniciativa -
Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.
·
Espírito
de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado
pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam
ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos.
CRÍTICAS SOBRE A TEORIA CLÁSSICA
·
Obsessão
pelo comando →Tendo como ótica a visão da empresa a partir
da gerência administrativa, Fayol focou seus estudos na unidade do comando,
autoridade e na responsabilidade. Em função disso, é visto como obcecado pelo
comando.
·
A empresa como sistema fechado → A
partir do momento em que o planejamento é definido como sendo a pedra angular
da gestão empresarial, é difícil imaginar que a organização seja vista como uma
parte isolada do ambiente.
·
Manipulação
dos trabalhadores → Bem como a Administração Científica,
fora tachada de tendenciosa, desenvolvendo princípios que buscavam explorar os
trabalhadores.
·
A
inexistência de fundamentação científica das concepções → Não
existe fundamentação experimental dos métodos e técnicas estudados por Fayol.
Os princípios que este apresenta carecem de uma efetiva investigação, não
resistindo ao teste de aplicação prática.
CONCLUSÃO
Concluímos então que o Fayol, engenheiro francês, foi o
fundador da Teoria Clássica da Administração. Como engenheiro que era, sua
teoria teve como foco principal a preocupação com a estrutura das
organizações e não as tarefas. Na teoria clássica, também, a Administração era
tratada como ciência. Existiram esforços para criar uma fórmula padrão que
pudesse ser usada em qualquer prática administrativa. Os órgãos eram divididos
na linha vertical (autoridade) e horizontal (departamentalização) e, ainda, em
órgãos de staff e órgãos de linha.
BIBLIOGRAFIA
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da
Administração. 8. ed. São Paulo: Makron, 2016.
MAXIMIANO, Antonio Cesar A. Teoria Geral da
Administração: da revolução urbana à revolução digital. 3. ed. São Paulo:
Atlas S.A., 2016.
SINCLAYR, Luiz, Organização e Técnica Comercial.
Introdução à Administração, O&M na Empresa, 13a edição, 1991, Editora Saraiva, ISBN 85-02-00068-3