IVAN PAVLOV E A REFLEXOLOGIA

INTRODUÇÃO

No presente trabalho abordaremos sobre o “Ivan Pavlov e a reflexologia” em que Ivan Petrovich Pavlov é reconhecido como um dos mais renomados cientistas russos e sem dúvida alguma o mais bem conhecido psicólogo russo de seu tempo. Seu trabalho na psicologia do sistema digestivo teve um alto reconhecimento por psicólogos de todo o mundo. Todo esse respeito rendeu a Pavlov, em 1905, o primeiro prêmio Nobel entregue a um psicólogo e também o primeiro para um cientista russo. Apesar de seu trabalho com a psicologia do sistema digestivo ser muito bem reconhecido, Pavlov é ainda melhor conhecido pelas suas investigações sobre o que ele chamou de reflexos condicionados. Esse trabalho teve um impacto em todo o mundo nos campos de conhecimento, memória, psicologia, neurociências e muitos outros.
Sua vida pode ser dividida em três fases. A primeira, incluindo seus primeiros anos, é a fase na qual recebe seus primeiros conhecimentos sobre psicologia e medicina. A segunda é a fase investigacional, na qual é feito seu trabalho com a psicologia digestiva. A terceira inclui seus trabalhos com os reflexos condicionados, que solidificaram sua fama.




IVAN PAVLOV E A REFLEXOLOGIA

Ivan Pavlov nascido em 14 de setembro de 1849, em Ryazan uma pequena cidade próxima do sudeste de Moscou, na Rússia, era o mais velho de seus cinco irmãos. Seu pai era um padre, um dos mais pobres da paróquia. Por isso, durante sua infância Pavlov viveu em extrema pobreza. Porém sua vida e a de seus irmãos eram aparentemente ricas intelectualmente, e o amor ao conhecimento foi inserido vagarosamente na vida das crianças pelo pai. Pavlov entrou na escola eclesiástica de Ryazan, e de lá foi para o seminário local, com o intuito de seguir a carreira eclesiástica assim como seu pai e alguns outros membros da família. Porém Pavlov entrou na escola durante a Revolução Cultural Russa de 1860 e assim foi exposto aos lideres dessa revolução, como Turgeanyev, Doskovsky, Tolstoy, etc. Foi quando leu os escritos materialistas de Pissarev, através de quem aprendeu a teoria da seleção natural de Darwin e passou a conhecer o famoso psicólogo russo Séchenov. Foi Pissarev quem o influenciou no sentido de dedicar-se às ciências biológicas. Séchenov tinha acabado de publicar, em 1863, sua obra “Reflexes of the Brain” (reflexo do cérebro), onde Pavlov encontrou o gérmen da teoria da atividade nervosa superior, que viria enriquecer sua produção científica. Todas essas influências o levaram a deixar o seminário e entrar na Universidade Estadual de São Petersburgo, para cursar Matemática-Física.
Em 1875, Cion, grande experimentalista russo, o convidou para ser seu assistente na Academia de Medicina e Cirurgia (hoje Academia Médica Militar). Pavlov também trabalhou como assistente no Instituto Veterinário, lugar no qual desenvolveu a concepção da adaptação reflexa do coração e vasos. O trabalho foi publicado em 1877, com o título “Dados Experimentais sobre o Problema do Mecanismo Acomodador dos Vasos Sangüíneos”.
Em 1878, recebeu seu diploma médico e foi recomendado para uma entrevista com André Botkin, um renomado clinico de São Petersburgo. Botkin aceitou Pavlov e o designou à tarefa de conduzir o seu mais recente laboratório de pesquisa. Como Botkin tinha pouco interesse no trabalho experimental, Pavlov foi capaz de trabalhar de maneira independente em problemas de seu próprio interesse. Sua tese de doutorado, “Os Músculos Centrífugos do Coração”, foi apresentada em 1833. Ele continuou no laboratório até 1890. Neste tempo foi muito influenciado pelas teorias de Botkin, que partiam do pressuposto que o sistema nervoso tinha um importante papel na regulação da função psicológica.
Durante esse período de tempo ele também se familiarizou com um pequeno círculo de amigos, incluindo pessoas de outras universidades, como Seraphima Vasilievna, que estava no último ano do curso de Pedagogia, com quem Pavlov se casou em 1881. Durante o primeiro ano de casamento eles viveram em extrema pobreza. Depois de ter abortado uma vez, Seraphima deu à luz a um menino, que morreu um ano depois. Mais tarde, eles acabaram tendo quatro filhos (três meninos e uma menina), e, baseado nas memórias de Seraphima, publicadas depois da morte de Pavlov, eles tiveram uma boa vida e formaram uma família feliz. Em 1883 Pavlov passou dois anos fora do país em laboratório como Heidenhain e Ludwig, na Alemanha. Na sua volta para São Petersburgo ele resumiu seu trabalho no laboratório de Botkin, e em 1890 foi nomeado para o cargo de professor no Departamento de Farmacologia na Academia Médica Militar. Cinco anos depois, entrou para o Departamento de Psicologia, o qual ele conduziu durante o resto de sua carreira. Mais tarde ele foi nomeado também como chefe do Departamento de Psicologia do mais novo estabelecimento do Instituto de Medicina Experimental. Pavlov trabalhou nesse laboratório até 27 de fevereiro de 1936, quando morreu. 





DADOS PROFISSIONAIS

Pavlov fez a maioria das suas pesquisas sobre a psicologia da digestão durante seus primeiros anos no Instituto de Medicina Experimental. No instituto ele foi capaz de desenvolver suas habilidades cirúrgicas com os seus constantes experimentos. Pavlov acreditava que o estudo do organismo como um todo no estado mais normal possível era de extrema importância para o entendimento do sistema psicológico. Além disso, ele era um excelente cirurgião e se tornou experiente em desenvolver procedimentos cirúrgicos que permitiam seu cachorro se restabelecer completamente. Em animais como o cachorro, o processo digestivo podia ser estudado abaixo das condições normais. Como consequência da sua aproximação com a psicologia ele desenvolveu uma bolsa estômago, que era envolvida por uma porção isolada do estômago do cachorro, assim ela podia ser diretamente observada pelo experimentador. Diferente das pesquisas feitas anteriormente, o nervo implantado na parte isolada do estomago estava intacto na bolsa de Pavlov. Usando essa preparação, Pavlov pôde observar os sucos digestivos e as enzimas que aparecem como resultado da alimentação normal, ou depois da direta colocação da comida no estômago. Foi a comparação desses dois estados que fizeram com que Pavlov tivesse interesse em descobrir que a comida localizada na boca como uma consequência normal de comer produzia mais secreção gástrica do que quando a comida era colocada diretamente no estômago. Quando a entrada normal de comida pela boca era permitida, mas a comida era desviada internamente, uma significante quantidade de secreção gástrica ocorria, mesmo que a comida não alcançasse o estômago.
Foram esses tipos de experimentos que levaram às descobertas pioneiras de Pavlov sobre o controle do sistema digestivo pela sua entrada no nervo autônomo, primeiramente pelo nervo vago. Ele mostrou, por exemplo, que a maioria das consequências do controle neural envolve secreções gástricas e pancreáticas antes de qualquer comida alcançar o estômago. Quando avistamos uma comida, por exemplo, ou quando há qualquer outra estimulação prévia associada a comer. Essas secreções psicológicas são de grande importância para a digestão e foram elas que levaram a maior e mais reconhecida conclusão de Pavlov. Essa descoberta acabou sendo conhecida como a doutrina de “nervism”, a qual tem como princípio que o controle psicológico do sistema corporal passa primeiramente pela entrada nervosa. Esse trabalho teve como resultado a publicação em 1897 do livro “Lectures on The Work of the Digestive Glands”. No entanto, foi durante esse mesmo período que dois psicólogos ingleses, Wm. Bayliss and E.J. Starling, demonstraram que a secreção da enzima pancreática era primeiramente devido à liberação de uma substância do intestino durante o processo de comer, o que foi chamado de segregação. Esses investigadores reivindicaram que a doutrina do “nervism” deveria ser invalidada devido às suas descobertas. Porém, como tipicamente acontece com teorias opostas a função biológica, as duas descobertas acabaram por ser confirmadas. Dessa forma, a nova ciência chamada neuroendocrinologia acabou por se estabelecer, e hoje é amplamente aceita.
Como resultado de seu trabalho no processo digestivo, Pavlov observou que os estímulos sem comida que estão associados à comida eram capazes de trazer à tona secreções salivares, mesmo que nenhuma comida estivesse presente na boca. Essas secreções psicológicas se tornaram a base do restante do trabalho de Pavlov e resultou numa mudança de direção dos seus experimentos, causando uma quase completa pausa no trabalho do sistema digestivo próprio. No entanto, Pavlov acreditava que, estudando as secreções psicológicas, as quais ele se referia como reflexos condicionados, ele poderia ser capaz de demonstrar de maneira objetiva como o cérebro controla os comportamentos adaptativos. Pavlov desenvolveu uma fistula salivar, similar a bolsa estomacal, na qual a liberação da salivação da boca era direcionada por um tubo para um recipiente fora da boca. Através dessa teoria ele foi capaz de descobrir a quantia e os tipos de secreções salivares que eram produzidas por diferentes tipos de estimulações sensoriais. 



CONTRIBUIÇÕES PARA A PSICOLOGIA

Usando essas técnicas, Pavlov começou o estudo de uma nova forma de aprender, que passou a ser conhecida como condicionamento clássico ou Pavloviano. O condicionamento clássico ocorre toda hora que um estímulo neutro atua como sinal para um próximo evento significante. Dessa forma, por exemplo, em um dos experimentos originais de Pavlov um sinal, metrónomo, ou algum outro estímulo igualmente neutro sinalizava para o cachorro que ele estava para receber um estímulo apetitivo. No experimento de Pavlov, esse estímulo auditivo neutro era chamado de estímulo condicionado (EC) e o alimento chamado de estímulo incondicionado (EI). Os EUA sempre retiraram o que Pavlov se referia como resposta incondicionada (RI), que seria a salivação em resposta ao alimento. O comportamento no qual Pavlov se mostrou mais interessado, portanto, não foi o aumento da salivação na resposta ao alimento, que já havia sido estudada intensivamente, mas o novo comportamento aprendido em resposta ao estimulo condicionado. Essa resposta também consistia em salivação, mas nesse caso em resposta a um estimulo auditivo neutro, que resultava consistentemente antes do alimento através de muitas EC/EI apresentações. Essa nova resposta aprendida era referida como resposta condicionada (RC) e acreditava-se ser temporária e requeria reforço pelos EUA para sua manutenção. Deveria ter sido notado que a resposta condicionada, no entanto, sempre se assemelha a resposta incondicionada, como no caso da experiência da salivação original reportada por Pavlov. De fato, a resposta condicionada parece ser o oposto da resposta incondicionada. Existem muitos experimentos operacionais desde os tempos de Pavlov, que produziu novas respostas similares para um estímulo neutro original que sempre é seguido por um outro evento nocivo ou apetitivo. Pavlov dessa forma desenvolveu um novo experimento metodológico para estudar todo o cérebro, e como esse inicia um novo comportamento que dá poder de adaptação ambiental e circunstancial. Uma das maiores contribuições de Pavlov para a psicologia foi enfatizar a natureza das secreções psicológicas, que eram anteriormente pensadas como dentro do reino da psicologia, que podem ser estudadas por fisiologistas através do método do reflexo condicionado. Ele, no entanto acreditava que o verdadeiro caminho para a compreensão do funcionamento do cérebro era através das técnicas psicológicas objetivas que ele havia desenvolvido. Na verdade Pavlov considerou o alcance das funções de alto nível como pensar, ler, reacções emotivas, etc. Usando as ideias de excitação e inibição cortical, que ele estudou intensivamente usando método de reflexo condicionado, ele foi no entanto capaz de explicar vários fenómenos comportamentais complicados, como as neuroses e outro distúrbios psiquiátricos. Porém, a influência de Pavlov na psicologia experimental tem sido intensa e dramática, muito dos detalhes de suas interpretações teóricas desde suas descobertas estão carentes. Apesar disso, o procedimento operacional básico da determinação dos efeitos dos avisos no processamento do cérebro tem sido extremamente influenciado pelo estudo das funções cerebrais. O reflexo condicionado foi uma das primeiras abordagens objectivas do estudo da aprendizagem e forneceu um modelo que podia ser explorado e verificado de várias maneiras. Inaugurava-se a psicologia científica, acoplada à neurofisiologia.
Para que haja um reflexo condicionado é preciso que sejam cumpridas certas condições: o agente e o estímulo devem ser apresentados repetidamente no mesmo período de tempo; o agente indiferente (no caso, o som) deve preceder em pouco tempo o estímulo (carne). O condicionamento não se estabelece caso a carne seja apresentada primeiro; inexistência, no momento da apresentação, de outros estímulos que possam provocar inibição da causa externa; e reforçamento do reflexo condicionado, para que o mesmo se mantenha.
Um estímulo indiferente junto com um estímulo capaz de activar um reflexo incondicionado gera uma resposta incondicionada. Depois de algum tempo, apenas o estímulo indiferente é capaz de causar a resposta que pode, a partir de então, ser considerada condicionada. Esses estímulos não necessariamente são do meio externo. Podem ser provenientes também do meio interno (vísceras, ossos, articulações). As respostas condicionadas podem ser secretoras, motoras ou neurovegetativas. Podem ser condicionadas respostas voluntárias ou vegetativas involuntárias. As respostas podem ser excitadoras (quando ocorre aumento da função) ou inibidoras (quando ocorrer diminuição da função).
Pavlov percebeu que o condicionamento comportamental era muito útil no sentido de modificar as funções orgânicas. Um experimento feito nesse campo foi a colocação de uma sonda retal em um cão e a injecção de água salgada. A presença do soluto no intestino do animal provoca aumento da diurese como forma de restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico. Após algumas sessões de administração de água salgada no intestino do animal, apenas a colocação da sonda já fazia com que os níveis de diurese aumentassem.
Seguindo o mesmo padrão, se antes de ser aplicada uma injecção de insulina em um cão faz-se com que ele ouça um determinado som, a hipoglicemia, que surge em função da insulina, passará a ocorrer, após algum tempo, apenas com a audição do som. O metabolismo do cão altera-se em função do condicionamento.
Durante sua vida e imediatamente desde então, Pavlov teve uma tremenda influência na psicologia e nos estudos das funções cerebrais. Muitos estudantes eram atraídos ao laboratório dele durante o começo do século XX, para estudar as leis básicas que governavam a actividade cerebral, e durante esse período de tempo Pavlov recebeu aclamação e reconhecimento de toda parte do mundo. O trabalho de Pavlov foi um pouco afectado pela Revolução Russa, que estava acontecendo nessa época.



CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

Condicionamento clássico é um procedimento de investigação experimental
estudado por Pavlov (1849-1936), na sequência dos estudos realizados sobre
secreções digestivas nos cães e que lhe valeram o prérnio Nobel da medicina
em 1904. Durante os estudos que vinha a efectuar sobre secreções digestivas,
Pavlov observou que os cães salivavam muitas vezes quando não parecia
haver qualquer razão fisiológica para o fazer. Quando Pav lov trabalhava com
o mesmo cão repetidamente verificou que o cão salivava aos estímulos
associados ao alimento como a visão do prato ou a presença da pessoa que
regularmente o trazia.
Pavlov decidiu efectuar uma análise experimental sistemática sobre estas
secreções psíquicas, isto é, sobre os factores psicológicos que levavam a
produzir a salivação, elaborando um projecto de investigação que o tornou
ainda mais conhecido do que os estudos iniciais sobre secreções digestivas
(e.g., Windholz, 1997). Este projecto de investigação levado a cabo por Pavlov
e pelos seus colaboradores entre 1903-1908 permitiu definir e estabelecer os
principais conceitos do condicionamento, como o reflexo condicionado, a
extinção, a generalização e a discriminação (e.g., Todes, 1997; Windholz,
1992).

PAVLOV: PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

o elemento que Pavlov seleccionou para efeitos de investigação e que se revelou crucial em termos de aprendizagem foi o facto do cão aprender uma associação entre alimento e um sinal casual que precedia imediatamente o alimento. Na experiência de Pavlov, o cão era imobilizado por arreios e colocado numa sala à prova de som e com temperatura e iluminação constantes a fim de garantir que variações acidentais nas condições ambientais não viessem a afectar o curso da experiência. O cão era ainda sujeito a uma pequena operação cirúrgica às glândulas salivares introduzindo-se aí um pequeno tubo por onde passava a saliva, tomando possível medir de forma exacta a quantidade produzida. Veja-se uma ilustração do procedimento experimental na Figura 2.1, feita em 1907 por Nicolai, discípulo de Pavlov.
Uma vez o cão familiarizado com o dispositivo experimental, introduz-se a seguinte sequência de acontecimentos: Emite-se um som produzido por uma
campaínha ou pelo clic de um metrónomo e com o som ainda presente, fornece-se carne em pó ao cão. A sequência som-carne é repetida durante vários ensaios. Após cerca de 20 ensaios de emparelhamento entre o som e a carne, o cão começa a salivar logo que ouve o som, dando origem àquilo que Pavlov chamou um reflexo condicionado. A partir de um certo número de ensaios, o cão saliva ao aparecimento do som, quando no início da experiência não o fazia.
Pavlov chamou estímulo incondicionado [EI] à apresentação do alimento e à salivação por ela provocada o reflexo incondicionado [RI]. O EI é um estímulo que evoca uma resposta específica. O RI é uma resposta reflexa ou involuntariamente produzida por um estímulo. Estímulos como o cheiro a cânfora, uma luz, o som de uma campainha ou o clic de um metrónomo são designados por estímulos neutros [EN] , porque não produzem respostas específicas antes da experiência ou logo no seu início, quando muito urna resposta de orientação para a origem do sinal. Embota o som da campainha esteja associado historicamente ao condicionamento de Pavlov, é curioso notar que Pavlov (1906) ao referir-se pela primeira vez à campainha em língua inglesa tenha afirmado que este som não era muito eficaz na produção da resposta condicionada porque tendia a espantar o cão e a alterar -lhe o comportamento.
A associação repetida entre o som e o alimento transformou o estímulo inicialmente neutro num estímulo condicionado [EC] passando a produzir urna resposta de salivação sob a forma de resposta condicionada [RC]. A totalidade do processo experimental acabado de descrever recebeu o nome de condicionamento de Pavlov, mais tarde denominado condicionamento clássico
por Hilgard e Marquis (1940). O condicionamento de Pavlov consiste portanto na aquisição e estabelecimento de urna associação entre um estímulo inicialmente neutro com um estímulo incondicionado, que ao fim de vários ensaios adquire o poder de produzir urna resposta condicionada. No início da experiência o cão não reage por meio da salivação ao som da campainha. No
fim da experiência o cão produz urna resposta de salivação ao som da
campainha. No repertório de respostas, o cão adquiriu portanto urna nova resposta, mudando de comportamento em função da experiência a que fora submetido. Trata-se da aquisição de urna nova aprendizagem pelo processo de associação. Suponhamos que após a aquisição e estabilização da resposta condicionada, o som do metrónomo deixa de ser acompanhado de alimento. Neste caso observa-se urna diminuição progressiva da quantidade da resposta salivar, dando origem ao fim de alguns ensaios ao desaparecimento e extinção experimental da RC. A extinção é urna diminuição na grandeza da resposta com a repetição de ensaios não reforçados.
Quando o cão é liberto do dispositivo experimental para um período de descanso, verifica-se, no regresso posterior do animal à situação experimental, que a emissão do som é suficiente para recuperar a resposta condicionada em cerca de 70. O reaparecimento da RC recebeu o nome de recuperação espontânea. Durante o período de extinção e de recuperação espontânea, o
EC não é seguido do EI. A recuperação é um processo em que urna resposta considerada extinta volta a readquirir algum do seu valor após um período de descanso. Durante o processo de extinção, a associação entre EC e EI não é totalmente abolida, ocorrendo antes urna inibição transitória da resposta condicionada, podendo esta associação ser reactivada após um intervalo de
tempo. No procedimento típico de condicionamento de Pavlov, as respostas incondicionadas e respostas condicionadas são respostas de salivação nominalmente idênticas, mas substancialmente diferentes. Investigações recentes, usando instrumentos mais sensíveis e registos de resposta mais variados, indicaram que a RC não é uma imagem ou réplica fiel da RI.



GENERALIZAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO

Durante o processo de aquisição de uma RC, o EC permanece idêntico nas suas características físicas ao longo dos ensaios da experiência. No entanto quando a RC a um EC tiver sido adquirida, é possível que outros EC similares ao EC original sejam capazes de produzir a mesma RC. Assim se um cão aprende a salivar a um som com uma frequência de 1000 cps, o cão também salivará a sons um pouco mais graves (900,800, 700 cps) ou mais agudos
(1500, 2000, 2500) sem necessidade de qualquer condicionamento suplementar. Quanto mais semelhantes forem os novos estímulos com o EC original, mais fácil será a generalização condicionada e por conseguinte a substituição dos novos estímulos pelo EC original.
A generalização condicionada é o processo pelo qual uma resposta condicionada a um estímulo tende a ser emitida também com outros estímulos similares. A generalização representa a habilidade de reagir a novos estímulos e situações na medida em que são similares a situações passadas. As investigações revelaram que o grau de generalização decresce de modo ordenado à medida que o novo estímulo se toma cada vez mais dissimilar relativamente ao EC inicial, produzindo uma função de intensidade de RC para os novos estímulos com um formato de sino. Esta função é conhecida por gradiente de generalização.
A discriminação, ou diferenciação, é um processo complementar da generalização. Enquanto a generalização é uma resposta a similaridades, a discriminação é uma resposta a diferenças. Pavlov descobriu que podia usar praticamente qualquer estímulo como EC. Chegou mesmo a treinar um cão a salivar perante um metrónomo, regulado para 100 batimentos por minuto (EC+). Como seria de esperar, e graças ao processo de generalização, o cão também salivou ao metrónomo regulado para 80 batimentos por minuto. Então, Pavlov continuou a fornecer carne (EI) com o estímulo positivo de 100 batimentos (EC+), mas não com o estímulo comparativo (ECl de 80 batimentos. Após dar algumas RC ao estímulo de 80 batimentos, o cão parou. O cão mostrou ser capaz de discriminar entre os sons de 100 e de 80 batimentos produzidos pelo metrónomo.
Prosseguindo no treino, a marcação de 100 batimentos foi sempre acompanhada de carne, mas nos ensaios sem alimento, Pavio v alterou o metrónomo para 85 batimentos. Após alguns ensaios o cão voltou a salivar apenas ao som de 100 batimentos. A discriminação do cão foi ainda testada com a mudança para 90 e finalmente para 96 batimentos. Mesmo com uma diferença tão reduzida de quatro batimentos por minuto, o cão foi ainda capaz de distinguir entre as duas marcações. A discriminação é o processo que leva a responder a certos estímulos que são reforçados e a não responder a estímulos similares que não foram reforçados. A discriminação é portanto a habilidade para reagir a pequenas diferenças entre os estímulos apresentados, quer se trate de sons, cores, grandezas ou distâncias.
Quando a discriminação exigida se torna excessivamente subtil, o cão parece sofrer de uma "perturbação ou colapso nervoso", que Pavlov denominou neurose experimental. Pavlov descreve como treinou um cão a discriminar um círculo de uma elipse. O círculo era seguido de carne (EI+), a elipse não. A proporção entre os diâmetros horizontal e vertical da elipse começou em 9:5 e tornou-se cada vez mais semelhante ao círculo à medida que a experiência de discriminação prosseguia.

RELAÇÃO TEMPORAL ENTRE EC E O EI

Nas experiências de condicionamento clássico, o EC (campainha) precede normalmente o EI (alimento). Este é considerado o procedimento padrão, embora outras sequências temporais tenham sido investigadas. Nas experiências realizadas com animais verificou-se que o intervalo óptimo entre o aparecimento do som e o aparecimento do alimento para se obter uma resposta condicionada mais forte situa-se em torno de 0,5 segundo. Se o intervalo for maior, a resposta condicionada é mais fraca. Se o som aparece depois do alimento, a resposta condicionada não se estabelece.
Este intervalo óptimo verifica-se também com pessoas em experiências de condicionamento da resposta palpebral, a ponto de um intervalo de dois segundos já não possibilitar qualquer RC. A proximidade temporal entre o EC-EI na ordem de 0,5 segundo foi considerado uma prova do princípio de contiguidade temporal e a condição mais determinante para a ocorrência do condicionamento de Pavlov até à década de 1960, provando de certo modo experimentalmente o princípio de contiguidade de aprendizagem formulado por Aristóteles.
A importância do intervalo temporal entre EC- EI como determinante do condicionamento foi no entanto posta em causa pelas investigações de Garcia e colaboradores (e.g., Garcia et al. 1966), ao verificarem que a resposta condicionada podia ser obtido com intervalos temporais de várias horas, em vez de minutos ou segundos, em experiências de condicionamento aversivo relacionadas com o sabor. A partir da década de 1960, considerou-se que, mais importante do que o intervalo de tempo em si, era o significado que os animais atribuíam à proximidade temporal entre os estímulos.

CONDICIONAMENTO DE RESPOSTAS EMOCIONAIS

O procedimento de condicionamento usado por Pavlov não se restringe ao cão ou a outros organismos não-humanos, mas aplica-se também a pessoas, onde se efectuaram estudos relacionados com o reflexo palpebrar, o reflexo rotular, salivação, náusea e aversão ao álcool e tabaco. Os resultados obtidos em muitos casos foram satisfatórios a ponto de o procedimento experimental de Pavlov ser por vezes adoptado em psicologia clínica com o objectivo de modificar o comportamento das pessoas numa determinada direcção (e.g., Wolpe e Plaud, 1997).
O primeiro estudo de aplicação do paradigma do condicionamento de Pavlov a seres humanos foi realizado por Watson e Raynor durante o inverno de 1919-1920. Watson e Raynor (1920) planearam uma experiência para verificar se seria possível condicionar uma criança a ter medo de um rato, que à primeira vista não despertasse qualquer receio. Tentaram ainda determinar a duração da reacção de medo e o grau de generalização a outros animais ou objectos inanimados. Watson e Raynor escolheram uma criança saudável de 9 meses, chamada Albert. Nesta idade não revelou qualquer medo quando lhe foi mostrado sucessivamente animais vivos (rato, coelho, cão e um macaco), ou alguns objectos inanimados (algodão, máscaras humanas, papel de jornal a arder). Todavia a criança assustava-se e sentia medo quando um martelo batia inesperadamente numa barra de aço por trás da cabeça. Dois meses após esta observação, Watson e Raynor tentaram condicionar a criança a ter medo de um rato branco. No primeiro ensaio aproximaram o rato da criança e no momento em que a criança lhe tocava, produziram com um martelo uma forte pancada numa barra de aço por trás da cabeça da criança.
Após 7 associações do rato e do som do martelo, o pequeno Albert tremia, agitava-se, chorava e gritava logo que o rato era apresentado mesmo quando já não era acompanhado pela presença do som. Cinco dias após a sessão anterior, rato foi apresentado à criança juntamente com alguns animais e objectos familiares como um coelho, um cão, blocos de madeira, novelos de algodão, um casaco de pele de foca, as cabeças invertidas de Watson e de duas assistentes (de forma que a criança pudesse tocar-lhes no cabelo) e uma máscara do Pai Natal com barbas.
A criança sentiu um medo intenso em relação ao rato, coelho, cão e casaco de pele de foca; uma ligeira resposta de medo ao algodão; uma resposta negativa
(ausência de medo) ao cabelo de Watson e das assistentes, aos blocos de madeira e à máscara do Pai Natal. Estes resultados revelaram a capacidade da criança para generalizar e discriminar. Embora o medo do rato se tenha generalizado a outros animais e objectos, a criança no entanto foi capaz de discriminar entre objectos geradores e não geradores de medo.
A fim de determinar o tempo de permanência da resposta de medo na criança,
Watson e Raynor realizaram provas similares passado um mês. Nestas provas a criança ainda sentiu medo quando tocou na máscara do Pai Natal, no casaco de pele de foca, no rato, coelho e cão. Às vezes a tensão da criança era visível entre afastar-se ou aproximar-se do coelho e do casaco. Ao contrário do que referem algumas descrições desta experiência, Watson e Raynor não procederam à extinção ou descondicionamento da resposta de medo do pequeno Albert e pelos 12 meses, a mãe retirou a criança do hospital onde se realizara a experiência (e.g., Barris, 1979). A extinção da resposta de medo foi pela primeira vez realizada por Jones (1924) numa criança de nome Peter de 2 anos e a viver numa instituição de caridade. Peter sentia um medo intenso, acompanhado por choro e convulsões quando via ratos, coelhos, rãs e peixes, casacos de pele, penas, algodão. Em relação a outros seres e objectos parecia ser uma criança bem ajustada. O modo como Peter tinha adquirido este tipo de medo não é conhecido. A fim de remover o comportamento de medo, Mary Cover J ones pôs o coelho dentro de uma gaiola de arame em frente de Peter na altura da tomada de alimento. Ao longo das primeiras 17 sessões, o coelho, preso na gaiola, era trazido cada dia um pouco mais próximo para junto de Peter, enquanto tomava a refeição preferida. Nas sessões posteriores o coelho era solto da gaiola e deixado livre na sala. Nas últimas sessões, o coelho era colocado no colo de Peter e até no tabuleiro da refeição. Ao fim de 40 sessões, que decorreram ao longo de dois meses, J ones conseguiu que Peter tomasse a refeição com uma mão e acariciasse o coelho com a outra. Apesar do procedimento seguido por Watson e Raynor ser considerado reprovável nos nossos dias do ponto de vista ético e não terem sido bem sucedidas algumas tentativas para o replicar, acontece no entanto que as experiências de Watson e Raynor (1920) e Jones (1924) foram consideradas marcos importantes nos estudos de aprendizagem emocional e da aplicação do condicionamento de Pavlov.
A técnica de Jones de remoção e extinção do medo representa uma forma inicial do método que mais tarde Wolpe (1958) designou por dessensibiliração sistemática. É um método usado com alguma frequência em terapia comportamental com o objectivo de reduzir a ansiedade gerada por certos estímulos e situações e extinguir se possível os medos e fobias inerentes. Veja-se a Caixa 2.1.
O condicionamento de Pavlov é um procedimento que explica satisfatoriamente o modo como os medos são espontaneamente adquiridos na vida diária, como o medo do dentista, medo de ir à escola, medo de exames, medo de falar em público, medo das alturas, medo de andar de elevador, medo dos ratos, aranhas, baratas e cobras.



EXPLICAÇÕES DO CONDICIONAMENTO DE PAVLOV

Desde a sua descoberta por volta de 1903, Pavlov considerou os reflexos condicionados como um processo de adaptação do organismo ao meio. O EC era considerado um sinal de que o alimento, um factor de sobrevivência, estava prestes a ocorrer. Assim o cão ficava na expectativa do aparecimento de alimento. O condicionamento de Pavlov foi observado em moluscos marinhos, abelhas, moscas da fruta, peixes, pombos, gatos, ratos, cães, macacos e pessoas, o que sugere tratar-se de um mecanismo ou processo adoptado por praticamente todos os organismos na tarefa vital de adaptação ao meio ambiente.
Pavlov descobriu que a aprendizagem podia afectar os comportamentos reflexos e involuntários, como a salivação. Outros investigadores revelaram depois que muitos comportamentos reflexos como os medos e fobias, supostamente considerados inatos, podiam ser explicados pela acção do mecanismo de condicionamento de Pavlov. As investigações de Pavlov tiveram um enorme impacto na investigação psicológica, nomeadamente ao nível da aprendizagem e ao contrário do que possam pensar alguns estudantes de psicologia mal informados, o procedimento de Pavlov é um método de investigação bem actual (Hollis, 1997).
O condicionamento de Pavlov tem sido explicado de forma diferente pelas grandes teorias psicológicas, como o beaviorismo, a teoria da informação e a psicologia cognitiva. Para o beaviorismo, a aprendizagem ocorria devido à associação mecânica entre o EN e o EI (som e alimento) e esta associação fortalecia-se e tomava-se mais robusta à medida que o número de ensaios aumentava. A teoria da informação defende que o condicionamento de Pavlov é mais eficaz nas situações em que o EN prevê ou assinala a chegada do EI, ou fornece informação sobre os próximos acontecimentos (Mackintosh, 1983). Assim no condicionamento da resposta palpebral, a pessoa começa a pestanejar (RC) em resposta a um som (EN), quando este proporciona informação de que uma corrente de ar (EI) está prestes a atingir o olho. Nas situações em que o EI tanto aparece como não aparece associado ao EN, verifica-se que o EN-EC não produz uma RC. Para que a RC ocorra é preciso que o EI surja mais de metade das vezes associado ao EN-EC. Nestas circunstâncias o EC passa a ter valor informativo. Isto é, informa o sujeito de que um EI vai ocorrer em breve e assim a pessoa pestaneja. Segundo a teoria informacional, o EC deve prever a ocorrência próxima do EI, caso contrário é pouco provável que ocorra qualquer tipo de condicionamento. O modelo cognitivo explica a associação entre os dois estímulos (EN e El) pela mediação e intervenção dos processos cognitivos de percepção, memória, reconhecimento e categorização, que ocorrem logo no primeiro ensaio de condicionamento (Schwartz e Reisberg, 1991). Assim no primeiro ensaio de condicionamento, ouve-se o som e meio segundo depois surge o alimento. Para que haja algum efeito de condicionamento neste ensaio, o cão tem de identificar e perceber os dois estímulos, o som e o alimento. Assim um processo cogniti vo mediador é a percepção. Além disto, para que o cão forme uma associação entre o som e o alimento, quando o alimento surge, é preciso que o cão se recorde que o som precedeu o alimento. Assim o segundo processo cognitivo mediador é a memória. No segundo ensaio de condicionamento, o som é uma vez mais emitido. Do mesmo modo que no primeiro ensaio, o animal deve perceber o som. No entanto, deve fazer algo mais; deve reconhecer que este som é muito semelhante ao som do primeiro ensaio. Isto é, deve enquadrar as suas experiências perceptivas, passadas e presentes, em categorias. Para o conseguir deve recordar-se dos estímulos do primeiro ensaio (som e alimento) e compará-Ios com os actuais estímulos. Assim um outro processo cognitivo mediador é a categorização. Para a teoria cognitiva, os estímulos externos são identificados e reconhecidos, depois processados em função das experiências passadas, associados e integrados com outras experiências e por último activam respostas apropriadas de adaptação ao meio. O método de investigação de Pavlov constituiu um passo importante no avanço científico do estudo da aprendizagem ao descobrir um importante mecanismo pelo qual um estímulo neutro passa a obter um novo significado.



O CONDICIONAMENTO OPERANTE

O condicionamento operante é uma expressão introduzida por Skinner (1938)
para caracterizar um tipo de procedimento experimental, usado nos estudos de
aprendizagem associativa de respostas, que considerava ser diferente do usado por Pavlov. O condicionamento operante envolve a aprendizagem entre uma resposta e as suas consequências, ao contrário de Pav lov, em que a aprendizagem envolvia uma associação entre dois estímulos. O condicionamento operante, por vezes chamado skineriano, relaciona-se de perto com os estudos de psicologia animal realizados por Thorndike (1874-1949) e que ficaram conhecidos por condicionamento instrumental. Embora o condicionamento instrumental seja considerado um caso especial do condicionamento operante, as diferenças são bastante subtis a ponto dos investigadores incluírem os dois tipos de condicionamento no âmbito do condicionamento operante.


CONCLUSÃO

Os trabalhos de Pavlov representam um grande passo na constituição da Psicologia experimental objectiva, e representam o direcionamento da Psicologia para o estudo do comportamento animal. O behaviorismo é o conjunto das teorias psicológicas que julgam o comportamento como único objecto de estudo da Psicologia. Despreza subjectividades e afirma que o estudo dos processos mentais não pode ser efectuado com objectividade. Pavlov foi um dos grandes influenciadores dessa teoria. Suas obras inspiraram John Watson a publicar, em 1913, o artigo ”Psychology as the Behaviorist views it”, que se opõe ao modelo mentalista até então tido como única verdade. Watson defendia a ideia de que a introspecção era excessivamente dependente do indivíduo. A psicologia deveria ser a ciência do comportamento, e não da consciência.  Pavlov considerou que a Psicologia devia basear-se na Reflexologia, pois os reflexos são os responsáveis pelas respostas dos indivíduos aos estímulos do dia-a-dia.  



BIBLIOGRAFIA

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