A Relação Família Escola no Processo de ensino aprendizagem da Criança


 Trabalho original de Isabel da Felicidade 
Escola Instituto Superior de Serviço Social Angola Benfica
Publicado por: Trabalhos Feitos Navegante




INTRODUÇÃO
Este projecto de pesquisa, que tem como temática principal “ A Relação Família Escola no Processo de ensino aprendizagem da Criança, que se enquadra na Escola 2095 nos alunos da 1ª,2ª e3ª classes durante o 2º trimestre do ano lectivo 2014. Que por sua vez vai ser desenvolvido para o melhoramento do ensino-aprendizagem nesta escola de forma particular e na sociedade em geral.
Mas o que vemos, é que tanto a família quanto a escola estão passando por profundas transformações e ambas precisam acompanhar tais mudanças de forma conjunta, facilitando o processo de aprendizagem das crianças e ajudando uns aos outros na busca de um objectivo comum, o de educar as crianças.  Pesquisaremos esta temática, para melhor entender as mudanças ocorridas nessas duas instituições, buscando a causas da    “separação” de uma da outra, além de constatar a importância desta parceria como contribuição para uma melhoria na qualidade de ensino, podendo assim propor actuações para as escolas e famílias apoiarem uma a outra na educação das crianças.


JUSTIFICATIVA


Durante a realização do estágio Supervisionado obrigatório, participamos de reuniões de pais e professores e percebemos que, a percentagem de pais a participarem dessas reuniões era mínima. Pude também observar que a participação das famílias e comunidade na construção do Projecto Político Pedagógico desta mesma Escola era praticamente inexistente.
Essas observações, juntamente com a actual situação da escola e seus problemas com indisciplina, dificuldades de aprendizagens e vandalismos são problemas que nos pareceram que seriam amenizados se escola e família pudessem trabalhar juntas. Visto que família e escola jogam a responsabilidade um para o outro, professores atribuem a culpa dos problemas aos pais que não cumprem suas obrigações de educar, mandam seus filhos para escola, mas não ajudam e nem participam da vida escolar deles. Por sua vez, as famílias culpam os professores que são despreparados e a gestão escolar que não faz o que é preciso para melhorar.
Sendo assim, este projecto de pesquisa é bastante importante, porque o diagnóstico feito durante o 1º trimestre do ano lectivo 2014, mostrou que os encarregados de educação não têm uma relação eficiente com os professores da Escola. E est   á falta de intercâmbio, entre escola e encarregados de educação, repercute no fraco aproveitamento escolar destes alunos reformados na escola 2095 em 2014.
Este projecto é viável porque há possibilidade de o pesquisador viabilizar, porque está inserido nesta Escola como estagiário em Serviço Social, caso concreto Estagio Supervisionado IV e tem a possibilidade de realizar a pesquisa. E pela abertura e aceitação da Direcção da Escola, desta forma, as possíveis reuniões que futuramente vamos realizar com o colectivo de pais. Encarregados de educação e a direcção da Escola vai ajudar bastante, no sentido de encontrarmos uma solução ou minimizar esta problemática nesta instituição escolar.

PROBLEMA


Em todas sociedades as crianças são vistas como o futuro da nação, aqueles que continuarão com os projectos agora implementados. Nalguns países sobretudo os mais desenvolvidos o Estado contribui com quantia monetária para assegurar o bem estar das crianças. 
A família é o primeiro agente socializador, onde se aprende os fundamentos de convivência da vida em sociedade como respeito, amor, responsabilidade, dignidade, etc. ela tem a missão de preparar os seus membros para conviverem nas outras esferas da vida como escola e o futuro trabalho.
Já a escola que tem o dever de transmitir os conhecimentos científicos, educar para se apreenderem valores morais e cívicos deve estabelecer uma parceria com as famílias e a sociedade em geral para que os seus objectivos sejam alcançados.
O fraco aproveitamento escolar, é um flagelo que pode prejudicar o desenvolvimento individual do aluno, colectivo com a família, escola e a sociedade em que eles estão inseridos. Após o conhecimento da realidade levantou-se o seguinte problema:
Que efeitos tem a falta de relação Família Escola no Processo de ensino e Aprendizagem da Criança?
·         O que está na base do absentismos dos encarregados nas reuniões da escola?
·         Como a falta duma relação saudável entre a escola e família dificulta o processo de aprendizagem?
·         Que papel tem o Assistente Social na relação família escola?

 

OBJECTIVOS


Objectivo geral - Explicar a Relação Família - Escola no Processo de Ensino e Aprendizagem da Criança da escola 2095.
Objectivos específicos:
·         Definir a relação Família - Escola no Processo de Ensino e Aprendizagem da Criança da escola 2095;
·         Reconhecer as causas e consequências da fraca a relação Família - Escola no Processo de Ensino e Aprendizagem da Criança da escola 2095;
·         Especificar o papel do Assistente Social como mediador na relação Escola – Família.

DELIMITAÇÃO DO TEMA
Esta pesquisa será realizada na Escola 2095, esta mesma escola está localizada na Província de Luanda, município de Belas dentro da Comunidade Lar do Patriota. A escola supra citada foi construída no âmbito do programa de formação de quadros, durante o ano de 2012 e foi inaugurada no mês de Março de 2013 pelo Delegado provincial da Educação.
A Escola tem como objectivo principal – garantir a formação primária dos alunos com idade compreendida entre os 5 aos 11 anos de idade e a formação de base que insere alunos dos 12 aos 14 anos de idade.
A escola está constituída de 15 salas de aulas, 1 laboratório de informática, 6 casas de banho, um campo Multiuso, 1 sala de reunião, 1 sala de professores. E para o melhoramento do processo de ensino e aprendizagem, a direcção da escola realiza três reuniões anuais e elas são realizadas no fim de cada Trimestre.


REVISÃO DA LITERATURA

A Constituição da República de Angola de 2010 no seu Capitulo II Direitos, Liberdades e Garantias Fundamentais e Secção I Direitos e Liberdades Individuais e Colectivas, no Artigo 35º faz menção da Família de uma maneira geral e particulariza as funções, necessidades e os deveres que o Estado deve prestar para esta que consideramos como a
Após a Independência de Angola, a família passou a ter papel primordial na educação e desenvolvimento do país. O modelo dos colonizadores europeus se impôs como modelo social da família, Portanto para Freitas (, 2011, p. 18). a família pode se definir como uma célula da sociedade. Através de seus valores formam-se cidadãos do bem e é a partir da sua educação que vai se desenvolver socialmente e culturalmente.
Para Freitas (2011) família pode se definir como uma célula da sociedade. Através de seus valores formam-se cidadãos do bem e é a partir da sua educação que vai se desenvolver socialmente e culturalmente.
Segundo Bock (2004 p.249)                                 
“A família, do ponto de vista do individuo e da cultura, é um grupo tão importante que, na sua ausência, dizemos que a criança ou o adolescente precisa de uma “família substituta ou devem ser abrigados em uma instituição que cumpra suas funções materna e paterna, isto é, as funções de cuidados para a posterior participação na coletividade.
Houve uma considerável mudança na forma de educar a partir do século XVII Conforme Torete (2005, p. 44)
Surge nesse período, a preocupação com a preservação das crianças, pois não é mais interessante para o estado, perdê-las. Dois motivos levaram a isso: primeiro a difusão da medicina, e a finalidade de atacar a influência dos estranhos as crianças, e colocá-las sob vigilância de seus pais, e, um segundo objetivo, os interesses econômicos e sociais (diminuir os gastos com a pobreza e utilização da mão de obra perdida). Para  Kaloustian (1988)
A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
De acordo com Torete (2005), os pais perderam literalmente a autoridade sobre os filhos, “e isso tem se tornado em um círculo vicioso, com a escola cobrando a família e vice-versa, com ambas não conseguindo entrar em acordo, prejudicando a interação e a inserção do individuo na sociedade”.
Gokhale (1980) relata que:
a família não é apenas o berço da cultura e a base para um futuro melhor, também é o centro da vida social. A educação bem-sucedida da criança no ambiente familiar é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.
Na visão de JARDIM (2006) atualmente, na maior parte das famílias as mulheres são responsáveis pelo sustento do seu lar, a vida econômica passou a ser instável e os valores morais passaram a ser transitórios.
Na ausência dos primeiros e principais educadores nos lares, as crianças ficam expostas a toda sorte de influências principalmente oriundas dos meios de comunicação modernos e da internet. E, a família que deveria ser o berço da formação de regras, princípios e valores, acaba deixando essa responsabilidade da formação da criança a cargo das escolas, e em alguns casos, a cargo destes instrumentos de comunicação citados acima. A criança acaba por receber todo tipo de influências externas. (ibdem)
Com a necessidade de ausentar-se do lar, as famílias colocam as crianças em creches e escolas, os pequenos começam a ir para escola precocemente, o que pode favorecê-las ou não, isso depende do acompanhamento familiar e escolar realizado. (ibdem)
Porém não basta colocar as crianças na escola, é preciso acompanhá-las frequentemente e ajudá-las.
Todavia, se a família coloca-a na escola, mas não a acompanha pode gerar na criança um sentimento de negligência e abandono em relação ao seu desenvolvimento. “Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas e desordenadas, que se refletem em casa e quase sempre, também na escola em termo de indisciplina e de baixo rendimento escolar” (MALDONADO, 2002).
A família, sendo à base de uma formação completa do indivíduo, tendo papel decisivo na formação de carácter, deve ter participação directa na educação das crianças.
Na perspectiva de Freitas (2011)
Historicamente, até o século XIX, havia uma separação das tarefas da família e da escola: a escola cuidada do que se chamava “instrução”, ou seja, a transmissão dos conhecimentos/conteúdos da educação formal e a família se dedicava à educação informal: o que podia-se definir como o ensinamento de valores, atitudes e hábitos. No mundo moderno, a educação passa também a ser objeto de atenção das famílias, que, apesar de ser preocuparem com a qualidade do ensino, transferem à escola competências que deveriam ser suas tão-somente. Não vêm a escola como segunda etapa da educação, mas criam nela toda a expectativa de que será responsável, a vida toda, pela educação de seus filhos. E, em muitas vezes, esquecem de fazer sua parte (FREITAS, 2011).
Conforme descrito nos itens anteriores as mudanças socioeconómicas definiram de forma decisiva a relação entre essas duas instituições.
Conforme o modelo Piagetiano, o vinculo escola-família prevê o respeito mútuo, o que significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais garantam as possibilidades de explorarem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de serem avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. (JARDIM, 2000)
Definidos os papéis dos pais e professores, deve haver este respeito mútuo entre ambas as partes, expondo suas opiniões e ouvindo sugestões, de forma respeitosa, para que assim a própria criança também tenha respeito pelo professor e pela escola.
Tal relação implica em colocar-se no lugar um do outro e não apenas enquanto troca de favores, mas “... a cooperação, em seu sentido mais prodigioso: o de supor afetos, permitir as escolhas, os desejos, o desenvolvimento moral, como construção dos próprios sujeitos, um trabalho constante com estruturas lógicas e as relações de confiança”. (JARDIM, 2000).







METODOLOGIA

Para a realização de uma pesquisa a metodologia é um elemento necessário para podermos que possamos obter ou dar uma resposta ao objecto que se quer estudar. E como etapa da pesquisa, ela visa descrever os caminhos metodológicos utilizados como guia do trabalho, e que deve apresentar uma sequência cronológica em que o mesmo se desenvolve. Para Gil (1987) define metodo: como caminho para chegar a um determinado fim. E metodo cientifico como conjunto de procedimentos intelectuais e tecnicos adotado para se atingir o conhecimento.
 Para Assis (2006), Metodologia Consiste na explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda a acção desenvolvida e de tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa: o tipo de pesquisa, o instrumental utilizado, como questionários, entrevistas, entre outros, o tempo previsto, a divisão do trabalho, as formas de tabulação e tratamento de dados, etc.
                                         
Para GIL (2008) método pode definir-se como o caminho para se chegar a determinado fim. E método cientifico como conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para se atingir o conhecimento.

Quanto a forma de abordagem será uma Pesquisa qualitativa – pesquisa descritiva, cujas informações não são quantificáveis; os dados obtidos são analisados indutivamente; a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa”. (ASSIS, 2015)
A  pesquisa quanto ao objectivo é Explicativa, uma vez que se pretende “ identificar os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos. E o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas” (GIL, 2008).  
Em relação aos procedimentos é um Estudo de Campo, porque procuramos o aprofundamento de uma realidade específica. E [é] basicamente realizada por meio da observação directa das actividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorrem naquela realidade” (ibdem)..
  No caso de pesquisas de campo, é necessário analisar e interpretar os dados obtidos, mediante técnicas estatísticas, para a devida elaboração do relatório de sustentação do trabalho científico.
Já as técnicas usadas foram a observação, entrevista, questionário e consulta bibliográfica e documental.
A observação estruturada facilitará a absorção conhecimento da realidade numa primeira fase, o objectivo era conhecer a instituição, sua estrutura física, imobiliário, iluminação, ventilação. Importa ainda ressaltar que, ela foi previamente elaborada em função dos objectivos do dia.
Visto que a observação tem suas restrições, tive que usar outras técnicas de recolha de dados como a entrevista padronizada (contacto face á face do entrevistador e entrevistado) com os funcionários e utentes da instituição. Com intuito de conhecer a ideia dos entrevistados sobre o tema. Em suma, o que eles sentem, qual a sua visão.
Usamos perguntas abertas, aquelas que facilita o entrevistado expor-se de forma mais profunda sobre sua opinião.
O questionário com perguntas fechadas, aquelas que a pessoas submetidas ao mesmo respondem com “sim” ou “não”. Será aplicado aos utentes e alguns funcionários para se avaliar quantitativamente a qualidade dos serviços prestados pela instituição. esta técnica foi escolhida porque pode ser aplicada a muitas pessoas ao mesmo tempo e facilita a interpretação dos dados.

Na  consulta bibliográfica seleccionamos os autores que abordaram o tema para ter um esclarecimento mais aprofundado. Em relação a consulta documental foram os documentos que a Direcção da instituição cedeu como organigrama, projectos, planos de acção, relatórios, etc. que foram cuidadosamente analisados.
Sendo assim, ao longo deste trabalho que será desenvolvido através da minha inserção na escola 2095, aonde constatamos a falta de interacção entre pais encarregados de educação e os professores.

 

RESULTADOS ESPERADOS


Com a realização deste trabalho espera-se obter vários resultados que possam melhorar a relação/interacção entre pais e professores
Esperamos que os alunos melhoram o seu aproveitamento escolar pela em função das relações entre pais e professores.
Esperamos que todas as pesquisas realizadas possam dar certo e que todos os pais se aconchegam aos professores no sentido de haver dois componentes num só.

 CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES


Actividades/ Periodo (mês)
Maio
Junho
Julho
Levantamento de literatura
           X


Montagem do Projecto
           X


Tratamento de dados
          
X

Revisão do texto

X

Entrega do Trabalho


X

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS


 ASSIS, Maria Cristina de. Metodologia do trabalho científico. 48 f. Disponível em: <http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/pub_1291081139.pdf>. Acesso em: 6 de jun. 2015.
ABUCHAIM, B. d. Patio - Educação Infantil. São Paulo: Artmed, 2009.
BASSEDAS, H. (). Intervenção e Diagnóstico Psicopedagógico. São Paulo: Artmed, 2009
BENCINI, R. (). Revista nova escola. São Paulo: Artmed, 2003
BOCK, A. M. (). Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. São Paulo: Artmede, 2004
 FREITAS, I. A. Familia e Escola: A Parceria Necessaria na Educação Infantil. Presidente Prudente : Unoeste,  2006
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008._____. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010
GOKHALE, S. D.  A Familia Desaparecerá? Rio de Janeiro: CBSSIS,  1980
JARDIM, A. P. Relação familia e escola: Produção de Ação no Processo de Ensino Aprendizagem. Presidente Prudente: Unoesto, 2006
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MALDONADO, M. T. Comunicação entre pais e filhos: a linguagem no sentir. São Paulo: Saraiva, 2002
TIBA, I. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1999
TORETE, R. M. O Director da Escola como mediador entre familia escola. Presidente Prudente: Unoeste, 2005