A Relação Família Escola no Processo de ensino aprendizagem da Criança
INTRODUÇÃO
Este
projecto de pesquisa, que tem como temática principal “ A Relação Família
Escola no Processo de ensino aprendizagem da Criança, que se enquadra na Escola
2095 nos alunos da 1ª,2ª e3ª classes durante o 2º trimestre do ano lectivo
2014. Que por sua vez vai ser desenvolvido para o melhoramento do
ensino-aprendizagem nesta escola de forma particular e na sociedade em geral.
Mas o que
vemos, é que tanto a família quanto a escola estão passando por profundas
transformações e ambas precisam acompanhar tais mudanças de forma conjunta,
facilitando o processo de aprendizagem das crianças e ajudando uns aos outros
na busca de um objectivo comum, o de educar as crianças. Pesquisaremos esta temática, para melhor
entender as mudanças ocorridas nessas duas instituições, buscando a causas da “separação” de uma da outra, além de constatar
a importância desta parceria como contribuição para uma melhoria na qualidade
de ensino, podendo assim propor actuações para as escolas e famílias apoiarem
uma a outra na educação das crianças.
JUSTIFICATIVA
Durante a
realização do estágio Supervisionado obrigatório, participamos de reuniões de
pais e professores e percebemos que, a percentagem de pais a participarem
dessas reuniões era mínima. Pude também observar que a participação das
famílias e comunidade na construção do Projecto Político Pedagógico desta mesma
Escola era praticamente inexistente.
Essas
observações, juntamente com a actual situação da escola e seus problemas com
indisciplina, dificuldades de aprendizagens e vandalismos são problemas que nos
pareceram que seriam amenizados se escola e família pudessem trabalhar juntas.
Visto que família e escola jogam a responsabilidade um para o outro,
professores atribuem a culpa dos problemas aos pais que não cumprem suas
obrigações de educar, mandam seus filhos para escola, mas não ajudam e nem
participam da vida escolar deles. Por sua vez, as famílias culpam os professores
que são despreparados e a gestão escolar que não faz o que é preciso para
melhorar.
Sendo
assim, este projecto de pesquisa é bastante importante, porque o diagnóstico
feito durante o 1º trimestre do ano lectivo 2014, mostrou que os encarregados
de educação não têm uma relação eficiente com os professores da Escola. E est á falta de intercâmbio, entre escola e
encarregados de educação, repercute no fraco aproveitamento escolar destes
alunos reformados na escola 2095 em 2014.
Este
projecto é viável porque há possibilidade de o pesquisador viabilizar, porque
está inserido nesta Escola como estagiário em Serviço Social, caso concreto
Estagio Supervisionado IV e tem a possibilidade de realizar a pesquisa. E pela
abertura e aceitação da Direcção da Escola, desta forma, as possíveis reuniões
que futuramente vamos realizar com o colectivo de pais. Encarregados de
educação e a direcção da Escola vai ajudar bastante, no sentido de encontrarmos
uma solução ou minimizar esta problemática nesta instituição escolar.
PROBLEMA
Em
todas sociedades as crianças são vistas como o futuro da nação, aqueles que
continuarão com os projectos agora implementados. Nalguns países sobretudo os
mais desenvolvidos o Estado contribui com quantia monetária para assegurar o
bem estar das crianças.
A
família é o primeiro agente socializador, onde se aprende os fundamentos de
convivência da vida em sociedade como respeito, amor, responsabilidade,
dignidade, etc. ela tem a missão de preparar os seus membros para conviverem
nas outras esferas da vida como escola e o futuro trabalho.
Já
a escola que tem o dever de transmitir os conhecimentos científicos, educar
para se apreenderem valores morais e cívicos deve estabelecer uma parceria com
as famílias e a sociedade em geral para que os seus objectivos sejam
alcançados.
O
fraco aproveitamento escolar, é um flagelo que pode prejudicar o
desenvolvimento individual do aluno, colectivo com a família, escola e a
sociedade em que eles estão inseridos. Após o conhecimento da realidade
levantou-se o seguinte problema:
Que
efeitos tem a falta de relação Família Escola no Processo de ensino e
Aprendizagem da Criança?
·
O que está na base do absentismos dos
encarregados nas reuniões da escola?
·
Como a falta duma relação saudável entre
a escola e família dificulta o processo de aprendizagem?
·
Que papel tem o Assistente Social na
relação família escola?
OBJECTIVOS
Objectivo
geral - Explicar a Relação Família - Escola no Processo de
Ensino e Aprendizagem da Criança da escola 2095.
Objectivos
específicos:
·
Definir a relação Família - Escola no
Processo de Ensino e Aprendizagem da Criança da escola 2095;
·
Reconhecer as causas e consequências da
fraca a relação Família - Escola no Processo de Ensino e Aprendizagem da
Criança da escola 2095;
DELIMITAÇÃO
DO TEMA
Esta
pesquisa será realizada na Escola 2095, esta mesma escola está localizada na
Província de Luanda, município de Belas dentro da Comunidade Lar do Patriota. A
escola supra citada foi construída no âmbito do programa de formação de
quadros, durante o ano de 2012 e foi inaugurada no mês de Março de 2013 pelo
Delegado provincial da Educação.
A
Escola tem como objectivo principal – garantir a formação primária dos alunos
com idade compreendida entre os 5 aos 11 anos de idade e a formação de base que
insere alunos dos 12 aos 14 anos de idade.
A
escola está constituída de 15 salas de aulas, 1 laboratório de informática, 6
casas de banho, um campo Multiuso, 1 sala de reunião, 1 sala de professores. E
para o melhoramento do processo de ensino e aprendizagem, a direcção da escola realiza
três reuniões anuais e elas são realizadas no fim de cada Trimestre.
REVISÃO DA LITERATURA
A Constituição da
República de Angola de 2010 no seu Capitulo II Direitos, Liberdades e Garantias Fundamentais e Secção I Direitos e Liberdades Individuais e
Colectivas, no Artigo 35º faz menção da Família de uma maneira
geral e particulariza as funções, necessidades e os deveres que o Estado deve
prestar para esta que consideramos como a
Após a Independência de Angola, a família passou a ter papel primordial na
educação e desenvolvimento do país. O modelo dos colonizadores europeus se
impôs como modelo social da família, Portanto para Freitas (, 2011, p. 18). a
família pode se definir como uma célula da sociedade. Através de seus valores
formam-se cidadãos do bem e é a partir da sua educação que vai se desenvolver
socialmente e culturalmente.
Para Freitas
(2011) família pode se definir como uma célula da sociedade. Através de seus
valores formam-se cidadãos do bem e é a partir da sua educação que vai se
desenvolver socialmente e culturalmente.
Segundo Bock (2004 p.249)
“A família,
do ponto de vista do individuo e da cultura, é um grupo tão importante que, na
sua ausência, dizemos que a criança ou o adolescente precisa de uma “família
substituta ou devem ser abrigados em uma instituição que cumpra suas funções
materna e paterna, isto é, as funções de cuidados para a posterior participação
na coletividade.
Houve uma
considerável mudança na forma de educar a partir do século XVII Conforme Torete
(2005, p. 44)
Surge nesse
período, a preocupação com a preservação das crianças, pois não é mais
interessante para o estado, perdê-las. Dois motivos levaram a isso: primeiro a
difusão da medicina, e a finalidade de atacar a influência dos estranhos as
crianças, e colocá-las sob vigilância de seus pais, e, um segundo objetivo, os
interesses econômicos e sociais (diminuir os gastos com a pobreza e utilização
da mão de obra perdida). Para Kaloustian (1988)
A família é
o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral
dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma
como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e,
sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus
componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é
em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se
aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem
as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
De acordo
com Torete (2005), os pais perderam literalmente a autoridade sobre os filhos, “e
isso tem se tornado em um círculo vicioso, com a escola cobrando a família e
vice-versa, com ambas não conseguindo entrar em acordo, prejudicando a interação
e a inserção do individuo na sociedade”.
Gokhale
(1980) relata que:
a família
não é apenas o berço da cultura e a base para um futuro melhor, também é o
centro da vida social. A educação bem-sucedida da criança no ambiente familiar
é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo
quando for adulto. A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para
o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.
Na visão de
JARDIM (2006) atualmente, na maior parte das famílias as mulheres são responsáveis
pelo sustento do seu lar, a vida econômica passou a ser instável e os valores
morais passaram a ser transitórios.
Na ausência
dos primeiros e principais educadores nos lares, as crianças ficam expostas a
toda sorte de influências principalmente oriundas dos meios de comunicação
modernos e da internet. E, a família que deveria ser o berço da formação de
regras, princípios e valores, acaba deixando essa responsabilidade da formação
da criança a cargo das escolas, e em alguns casos, a cargo destes instrumentos
de comunicação citados acima. A criança acaba por receber todo tipo de
influências externas. (ibdem)
Com a
necessidade de ausentar-se do lar, as famílias colocam as crianças em creches e
escolas, os pequenos começam a ir para escola precocemente, o que pode
favorecê-las ou não, isso depende do acompanhamento familiar e escolar realizado.
(ibdem)
Porém não
basta colocar as crianças na escola, é preciso acompanhá-las frequentemente e
ajudá-las.
Todavia, se
a família coloca-a na escola, mas não a acompanha pode gerar na criança um
sentimento de negligência e abandono em relação ao seu desenvolvimento. “Por falta
de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as condutas caóticas e
desordenadas, que se refletem em casa e quase sempre, também na escola em termo
de indisciplina e de baixo rendimento escolar” (MALDONADO, 2002).
A família,
sendo à base de uma formação completa do indivíduo, tendo papel decisivo na
formação de carácter, deve ter participação directa na educação das crianças.
Na
perspectiva de Freitas (2011)
Historicamente,
até o século XIX, havia uma separação das tarefas da família e da escola: a
escola cuidada do que se chamava “instrução”, ou seja, a transmissão dos
conhecimentos/conteúdos da educação formal e a família se dedicava à educação
informal: o que podia-se definir como o ensinamento de valores, atitudes e
hábitos. No mundo moderno, a educação passa também a ser objeto de atenção das
famílias, que, apesar de ser preocuparem com a qualidade do ensino, transferem
à escola competências que deveriam ser suas tão-somente. Não vêm a escola como
segunda etapa da educação, mas criam nela toda a expectativa de que será
responsável, a vida toda, pela educação de seus filhos. E, em muitas vezes,
esquecem de fazer sua parte (FREITAS, 2011).
Conforme
descrito nos itens anteriores as mudanças socioeconómicas definiram de forma
decisiva a relação entre essas duas instituições.
Conforme o
modelo Piagetiano, o vinculo escola-família prevê o respeito mútuo, o que
significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais
garantam as possibilidades de explorarem suas opiniões, ouvirem os professores
sem receio de serem avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. (JARDIM,
2000)
Definidos os
papéis dos pais e professores, deve haver este respeito mútuo entre ambas as
partes, expondo suas opiniões e ouvindo sugestões, de forma respeitosa, para
que assim a própria criança também tenha respeito pelo professor e pela escola.
Tal relação
implica em colocar-se no lugar um do outro e não apenas enquanto troca de
favores, mas “... a cooperação, em seu sentido mais prodigioso: o de supor
afetos, permitir as escolhas, os desejos, o desenvolvimento moral, como
construção dos próprios sujeitos, um trabalho constante com estruturas lógicas
e as relações de confiança”. (JARDIM, 2000).
METODOLOGIA
Para
a realização de uma pesquisa a metodologia é um elemento necessário para
podermos que possamos obter ou dar uma resposta ao objecto que se quer estudar.
E como etapa da pesquisa, ela visa descrever os caminhos metodológicos
utilizados como guia do trabalho, e que deve apresentar uma sequência
cronológica em que o mesmo se desenvolve. Para Gil (1987) define metodo: como caminho para chegar a
um determinado fim. E metodo cientifico como conjunto de procedimentos
intelectuais e tecnicos adotado para se atingir o conhecimento.
Para Assis (2006), Metodologia Consiste na explicação minuciosa, detalhada,
rigorosa e exacta de toda a acção desenvolvida e de tudo aquilo que se utilizou
no trabalho de pesquisa: o tipo de pesquisa, o instrumental utilizado, como questionários,
entrevistas, entre outros, o tempo previsto, a divisão do trabalho, as formas
de tabulação e tratamento de dados, etc.
Para GIL (2008) método pode definir-se como o
caminho para se chegar a determinado fim. E método cientifico como conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para se atingir o conhecimento.
Quanto a forma de abordagem será uma Pesquisa qualitativa – pesquisa
descritiva, cujas informações não são quantificáveis; os dados obtidos são
analisados indutivamente; a interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa”. (ASSIS, 2015)
A
pesquisa quanto ao objectivo é Explicativa, uma
vez que se pretende “ identificar os factores que determinam ou que contribuem para a
ocorrência dos fenómenos. E o tipo que mais aprofunda o conhecimento da
realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas” (GIL, 2008).
Em relação aos procedimentos é um Estudo de Campo, porque procuramos o “aprofundamento de uma
realidade específica. “E [é] basicamente realizada por meio da observação directa das actividades do
grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e
interpretações do ocorrem naquela realidade”
(ibdem)..
No
caso de pesquisas de campo, é necessário analisar e interpretar os dados
obtidos, mediante técnicas estatísticas, para a devida elaboração do relatório
de sustentação do trabalho científico.
Já as técnicas usadas foram a
observação, entrevista, questionário e consulta bibliográfica e documental.
A observação estruturada facilitará a
absorção conhecimento da realidade numa primeira fase, o objectivo era conhecer
a instituição, sua estrutura física, imobiliário, iluminação, ventilação.
Importa ainda ressaltar que, ela foi previamente elaborada em função dos
objectivos do dia.
Visto
que a observação tem suas restrições, tive que usar outras técnicas de recolha
de dados como a entrevista padronizada (contacto face á face do entrevistador e
entrevistado) com os funcionários e utentes da instituição. Com intuito de
conhecer a ideia dos entrevistados sobre o tema. Em suma, o que eles sentem,
qual a sua visão.
Usamos
perguntas abertas, aquelas que facilita o entrevistado expor-se de forma mais
profunda sobre sua opinião.
O questionário com perguntas
fechadas, aquelas que a pessoas submetidas ao mesmo respondem com “sim” ou
“não”. Será aplicado aos utentes e alguns funcionários para se avaliar
quantitativamente a qualidade dos serviços prestados pela instituição. esta técnica
foi escolhida porque pode ser aplicada a muitas pessoas ao mesmo tempo e
facilita a interpretação dos dados.
Na
consulta bibliográfica seleccionamos os autores que abordaram o tema
para ter um esclarecimento mais aprofundado. Em relação a consulta documental
foram os documentos que a Direcção da instituição cedeu como organigrama,
projectos, planos de acção, relatórios, etc. que foram cuidadosamente
analisados.
Sendo assim, ao longo deste trabalho que
será desenvolvido através da minha inserção na escola 2095, aonde constatamos a
falta de interacção entre pais encarregados de educação e os professores.
RESULTADOS
ESPERADOS
Com
a realização deste trabalho espera-se obter vários resultados que possam
melhorar a relação/interacção entre pais e professores
Esperamos
que os alunos melhoram o seu aproveitamento escolar pela em função das relações
entre pais e professores.
Esperamos
que todas as pesquisas realizadas possam dar certo e que todos os pais se
aconchegam aos professores no sentido de haver dois componentes num só.
CRONOGRAMA
DAS ACTIVIDADES
Actividades/ Periodo (mês)
|
Maio
|
Junho
|
Julho
|
Levantamento de literatura
|
X
|
|
|
Montagem do Projecto
|
X
|
|
|
Tratamento de dados
|
|
X
|
|
Revisão do texto
|
|
X
|
|
Entrega do Trabalho
|
|
|
X
|
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ASSIS, Maria Cristina de. Metodologia do trabalho
científico. 48 f. Disponível em:
<http://portal.virtual.ufpb.br/biblioteca-virtual/files/pub_1291081139.pdf>.
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