a primeira guerra mundial
INTRODUÇÃO
No presente
trabalho abordarei sobre a primeira Guerra Mundial em que posteriormente Vários
problemas atingiam as principais nações europeias no início do século XX. O
século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam
extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final
do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no
processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar
diversas colónias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor.
A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada
uma das causas da Grande Guerra.
Vale lembrar
também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre
os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta
concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo
tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como
uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida
bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se
armar mais do que o outro.
Existia
também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A
França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a
Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no
ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região
perdida.
PRIMEIRA
GUERRA MUNDIAL
A Primeira
Guerra Mundial (também conhecida como Grande
Guerra ou Guerra das Guerras até o início da Segunda
Guerra Mundial) foi uma guerra global centrada na Europa, que
começou em 28 de Julho de 1914 e durou até 11 de Novembro de 1918. O conflito
envolveu as grandes
potências de
todo o mundo, que organizaram-se em duas alianças opostas: os aliados (com base na Tríplice
Entente entre Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios
Centrais (originalmente Tríplice
Aliança entre Império
Alemão, Áustria-Hungria e Itália; mas como a
Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva contra o acordo, a Itália não entrou em
guerra). Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e
expandiram-se em mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de
70 milhões de militares, incluindo 60 milhões de europeus, foram
mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de 9 milhões de
combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que
determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias
correspondentes em protecção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal na
história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças
políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.
Entre as
causas da guerra inclui-se as políticas imperialistas estrangeiras
das grandes potências da Europa, como o Império
Alemão,
o Império
Austro-Húngaro, o Império
Otomano,
o Império
Russo,
o Império
Britânico,
a Terceira
República Francesa e a Itália. Em 28 de Junho
de 1914, o assassinato
do arquiduque Francisco
Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo
nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o
gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato Habsburgo contra
o Reino da
Sérvia. Diversas
alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim,
dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de
suas colónias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.
Em 28 de Julho,
o conflito iniciou-se com a invasão
austro-húngara da Sérvia, seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um
ataque russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã em Paris ter levado a um
impasse, a Frente Ocidental estabeleceu-se em uma batalha de atrito
estático com uma linha de trincheiras que
pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso contra
as forças austro-húngaras, mas foi forçado a recuar da Prússia
Oriental e
da Polónia pelo
exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o Império
Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Roménia em
1916. Em decorrência do fechamento das rotas comerciais do Mar Negro, em
decorrência da entrada do Império
Otomano na
guerra, o Império Russo entrou
em colapso em Março de 1917 e a Rússia deixou a guerra após a Revolução
de Outubro,
mais tarde naquele ano.
Depois de
uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o
recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças
dos Estados
Unidos começaram
a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio
problema com os revolucionários, neste ponto, concordou com um cessar-fogo
em 11 de Novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do
Armistício.
A guerra terminou com a vitória dos Aliados.
Eventos nos
conflitos locais eram tão tumultuados quanto nas grandes frentes de batalha, e
os participantes tentaram mobilizar a sua mão de obra e recursos económicos
para lutar uma guerra total. Até o
final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão,
Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados sucessores dos
dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os
dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa central foi
redesenhado em vários países menores. A Liga das
Nações
(organização precursora das Nações
Unidas)
foi formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Há consenso
de que o nacionalismo europeu
provocado pela guerra, a separação dos impérios, as repercussões da derrota da
Alemanha e os problemas com o Tratado
de Versalhes foram factores que contribuíram para o início da Segunda
Guerra Mundial.
ANTECEDENTES
No século
XIX, as grandes
potências europeias
tinham percorrido um longo caminho para manter o equilíbrio
de poder em
toda a Europa, resultando
na existência de uma complexa rede de alianças políticas e militares em todo o
continente por volta de 1900. Estes começaram em 1815, com a Santa Aliança entre Reino da
Prússia, Império Russo e Império
Austríaco.
Então, em outubro de 1873, o chanceler alemão Otto von Bismarck negociou
a Liga dos
Três Imperadores (em alemão: Dreikaiserbund)
entre os monarcas da Áustria-Hungria, Rússia
e Alemanha. Este
acordo falhou porque a Áustria-Hungria e a Rússia tinham interesses
conflitantes nos Balcãs, o que fez
com que a Alemanha e Áustria-Hungria formassem uma aliança em 1879, chamada
de Aliança
Dua. Isto foi
visto como uma forma de combater a influência russa nos Balcãs, enquanto
o Império
Otomano continuava
a se enfraquecer. Em 1882, esta aliança foi ampliada para incluir a Itália no que
se tornou a Tríplice
Aliança.
Depois de
1870, um conflito europeu foi evitado em grande parte através de uma rede de
tratados cuidadosamente planejada entre o Império Alemão e o resto da Europa e
orquestrada por Bismarck. Ele trabalhou especialmente para manter a Rússia ao
lado da Alemanha, para evitar uma guerra de duas frentes com a França e a
Rússia. Quando Guilherme
II subiu
ao trono como imperador alemão (kaiser), Bismarck
foi obrigado a se aposentar e seu sistema de alianças foi gradualmente
deteriorado. Por exemplo, o kaiser se recusou a renovar o Tratado
de Resseguro com a Rússia em 1890. Dois anos mais tarde, a Aliança
Franco-Russa foi assinada para contrabalançar a força da Tríplice Aliança. Em
1904, o Reino Unido assinou uma série de acordos com a França, aEntente Cordiale, e em 1907,
o Reino Unido e a Rússia assinaram a Convenção
Anglo-Russa. Embora estes acordos não tenham aliado o Reino Unido com a
França ou a Rússia formalmente, eles fizeram a entrada britânica em qualquer
conflito futuro envolvendo a França ou a Rússia e o sistema de intercalamento
dos acordos bilaterais se tornou conhecido como a Tríplice
Entente.
O poder
industrial e económico dos alemães havia crescido muito depois da unificação
e da fundação do império em 1871. Desde meados da metade dos anos 1890, o governo de
Guilherme II usou essa base para dedicar significativos recursos económicos
para a edificação do Kaiserliche
Marine
(em português: Marinha
Imperial alemã), criada pelo almirante Alfred
von Tirpitz, em rivalidade com a Marinha
Real Britânica na supremacia naval mundial. Como resultado, cada
nação se esforçou construir o outro em termos de navios importantes. Com o
lançamento do HMS
Dreadnought em 1906, o Império
Britânico expandiu
a sua vantagem sobre seu rival alemão. A corrida
armamentista entre Reino Unido e Alemanha, eventualmente ampliada ao
resto da Europa, com todas as grandes potências dedicando a sua base industrial
para produzir o equipamento e as armas necessárias para um conflito
pan-europeu. Entre 1908 e 1913, os gastos militares das potências europeias
aumentou em 50%.
A Áustria-Hungria precipitou
a crise bósnia de
1908-1909 por anexar oficialmente o antigo território otomano da Bósnia e Herzegovina, que ocupava
desde 1878.
Isto irritou o Reino da
Sérvia e
seu patrono, o pan-eslavo e ortodoxo Império Russo. A
manobra política russa na região desestabilizou os acordos de paz, que já
estavam enfraquecidos, no que ficou conhecido como "o barril de pólvora da
Europa".
Em 1912 e
1913, a Primeira
Guerra Balcânica foi travada entre a Liga Balcânica e o
fragmentado Império Otomano. O Tratado
de Londres resultante
ainda encolheu o Império Otomano, com a criação de um Estado independente albanês, enquanto
ampliou as explorações territoriais da Bulgária, Sérvia, Montenegro e Grécia. Quando a
Bulgária atacou a Sérvia e a Grécia em 16 de Junho de 1913, ela perdeu a maior
parte da Macedônia à
Sérvia e Grécia e Dobruja do Sul para
a Roménia durante
a Segunda Guerra
Balcânica,
desestabilizando ainda mais a região.
Crise de Julho
Em 28 de Junho
de 1914, Gavrilo
Princip,
um estudante sérvio-bósnio e membro da Jovem Bósnia, assassinou
o herdeiro do trono austro-húngaro, o
arquiduque Francisco
Fernando da Áustria, em Sarajevo, na Bósnia. Isto
iniciou um mês de manobras diplomáticas entre Áustria-Hungria, Alemanha,
Rússia, França e Reino Unido, no que ficou conhecido como a Crise de Julho.
Querendo finalmente acabar com a interferência sérvia na Bósnia — a Mão Negra tinha
fornecido bombas e pistolas, treinamento e ajuda a Príncipe e seu grupo para
atravessar a fronteira e os austríacos estavam correctos para acreditar que os
oficiais e funcionários sérvios estavam envolvidos— a Áustria-Hungria entregou
o Ultimato
de Julho para
a Sérvia, uma série de dez reivindicações criadas, intencionalmente, para serem
inaceitáveis, com a intenção de provocar uma guerra com a Sérvia. Quando a
Sérvia concordou com apenas oito das dez reivindicações, a Áustria-Hungria
declarou guerra ao país em 28 Julho de 1914. Hew Strachan argumenta que
"se uma resposta equivocada e precipitada da Sérvia teria feito alguma
diferença para o comportamento da Áustria-Hungria é algo duvidoso. Francisco
Fernando não era o tipo de personalidade que comandava a popularidade e sua
morte não lançou o império em profundo luto".
O Império
Russo, disposto a permitir que a Áustria-Hungria eliminasse a sua influência
nos Balcãs e em
apoio aos seus sérvios protegidos de longa data, ordenou uma mobilização
parcial um dia depois. O Império Alemão mobilizou-se em 30 de Julho de 1914,
pronto para aplicar o "Plano Schlieffen", que
planejava uma invasão rápida e massiva à França para eliminar o exército
francês e, em seguida, virar a leste contra a Rússia. O gabinete francês
resistiu à pressão militar para iniciar a mobilização imediata e ordenou que
suas tropas recuassem 10 km da fronteira, para evitar qualquer incidente. A França
só se mobilizou na noite de 2 de Agosto, quando a Alemanha invadiu a Bélgica e
atacou tropas francesas. O Império Alemão declarou guerra à Rússia no mesmo dia.
O Reino Unido declarou guerra à Alemanha em 4 de Agosto de 1914, após uma
"resposta insatisfatória" para o ultimato britânico de que a Bélgica
deveria ser mantida neutra.
A GUERRA
A crise de
Julho e as Declarações de Guerra
Após o
assassinato do arquiduque Francisco Fernando, ocorrido em 28 de Junho, o
Império Austro-Húngaro esperou três semanas antes de decidir tomar um curso de acção.
Essa espera deveu-se ao fato de que boa parte do efectivo militar estava a
ajudar a colheita, o que impossibilitava a acção militar naquele período. Em 23
de Julho, graças ao apoio incondicional alemão
(carta branca) ao Império
Austro-Húngaro se a guerra eclodisse, foi enviado um ultimato à Sérvia. O
documento continha várias exigências, dentre as quais a de que agentes
austríacos fariam parte das investigações sobre o assassinato do arquiduque. O
governo sérvio aceitou todos os termos do ultimato, excito a
presença de investigadores austríacos em território sérvio, por entender que
isto seria um desrespeito à soberania do país.
Após a
resposta da Sérvia, em 26 de Julho, o Império Austro-Húngaro rompeu as relações
diplomáticas entre os dois países e declarou guerra à Sérvia em 28 de Julho,
começando o bombardeio à capital sérvia, Belgrado, em 29 de Julho.
No dia seguinte, o Império Russo, que sempre
tinha sido aliado da Sérvia, deu a ordem de locomoção a suas tropas.
O Império
Alemão, que tinha prometido apoio ao Império Austro-Húngaro no caso de uma
eventual guerra, mandou um ultimato ao governo do Império Russo, exigindo que
parasse a mobilização de tropas dentro de 12 horas, no dia 31. No primeiro dia
de Agosto, o ultimato tinha expirado sem qualquer reacção russa. A Alemanha
então declarou guerra à Rússia e enviou um outro ultimato, desta vez à Bélgica,
requisitando a livre passagem do exército alemão rumo à França. Como tal pedido
foi recusado, foi declarada guerra à Bélgica. Em 2 de Agosto, a Alemanha
ocupou Luxemburgo, como o
passo inicial para a invasão da Bélgica e
do Plano
Schlieffen (estratégia
de defesa alemã que previa a invasão da França, Inglaterra e
Rússia).
Em 3 de Agosto,
a Alemanha declarou guerra à França e, no dia seguinte, invadiu a Bélgica. Tal
ato, violando a soberania belga - que Grã-Bretanha, França e a própria Alemanha
estavam comprometidos a garantir - fez com que o Império
Britânico saísse
da sua posição neutra e declarasse guerra à Alemanha, em 4 de Agosto.
O início dos
confrontos
Algumas das
primeiras hostilidades de guerra ocorreram no continente africano e
no oceano
Pacífico,
nas colónias e territórios das nações europeias. Em Agosto de 1914, um
combinado da França e
do Império
Britânico invadiu
o protetorado alemão
da Togoland, no Togo. Pouco
depois, em 10 de Agosto, as forças alemãs baseadas na Namíbia atacaram
a África
do Sul,
que pertencia ao Império
Britânico.
Em 30 de Agosto, a Nova Zelândia invadiu
a Samoa, colónia
alemã. Em 11 de Setembro, a Força Naval e Expedicionária Australiana
desembarcou na ilha de Neu Pommern (mais tarde renomeada Nova Bretanha), que fazia
parte da chamada Nova
Guiné Alemã. O Japão invadiu
as colónias micronésias e o
porto alemão de abastecimento de carvão de Qingdao na
península chinesa de Shandong. Com isso,
em poucos meses, a Tríplice
Entente tinha
dominado todos os territórios alemães no Pacífico. Batalhas
esporádicas, porém, ainda ocorriam na África.
Na Europa, o Império
Alemão e o Império Austro-Húngaro sofriam de uma mútua falta de comunicação e
desconhecimento dos planos de cada exército. A Alemanha tinha garantido o apoio
à invasão austro-húngara à Sérvia, mas a
interpretação prática para cada um dos lados tinha sido diferente. Os líderes
austro-húngaros acreditavam que a Alemanha daria cobertura ao flanco
setentrional contra a Rússia. A Alemanha,
porém, tinha planejado que o Império Austro-Húngaro focasse a maioria de suas
tropas na luta contra a Rússia enquanto combatia a França na Frente Ocidental. Tal confusão forçou o exército
Austro-Húngaro a dividir suas tropas. Mais da metade das tropas foi combater os
russos na fronteira, enquanto um pequeno grupo foi deslocado para invadir e
conquistar a Sérvia.
A batalha da
Sérvia
O exército
sérvio submeteu-se a uma estratégia defensiva para conter os invasores
austro-húngaros, o que culminou na Batalha de Cer. Os sérvios
ocuparam posições defensivas no lado sul do rio Drina. Nas duas
primeiras semanas os ataques austro-húngaros foram repelidos causando grandes
perdas ao exército das Potências
Centrais.
Essa foi a primeira grande vitória da Tríplice
Entente na
guerra. As expectativas austro-húngaras de uma vitória fácil e rápida não foram
realizadas e como resultado o Império Austro-Húngaro foi obrigado a manter uma
grande força na fronteira sérvia, enfraquecendo as tropas que batalhavam contra
a Rússia na Frente Oriental.
Exército
alemão na Bélgica e França
Após invadir
o território belga, o exército alemão logo encontrou resistência na fortificada
cidade de Liège. Apesar do
exército ter continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão
germânica tinha provocado a decisão britânica de intervir em ajuda a Tríplice
Entente.
Como signatário do Tratado
de Londres,
o Império Britânico estava comprometido a preservar a soberania belga. Para
a Grã-Bretanha os portos de Antuérpia e Oostende eram
importantes demais para cair nas mãos de uma potência continental hostil ao
país. Para tanto, enviou um exército para a Bélgica, atrasando
o avanço alemão.
Inicialmente
os mesmos tiveram uma grande vitória na Batalha
das Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto de 1914). A Rússia, porém, atacou a Prússia
Oriental,
o que obrigou o deslocamento das tropas alemãs que estavam planejadas para ir a
Frente Ocidental. A Alemanha derrotou
a Rússia em uma série de confrontos chamados da Segunda Batalha
de Tannenberg (17 de Agosto a 2 de Setembro de 1914). O deslocamento imprevisto para combater os
russos, porém, acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças
francesas e inglesas, que conseguiram parar os alemães em seu caminho
para Paris, na Primeira
Batalha do Marne (Setembro de 1914), forçando o exército alemão a lutar em duas
frentes. O mesmo se postou numa posição defensiva dentro da França e
conseguiu incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos.
A guerra das
trincheiras
Os avanços
na tecnologia militar significaram na prática um poder de fogo defensivo mais
poderoso que as capacidades ofensivas, tornando a guerra extremamente
mortífera. O arame
farpado era
um constante obstáculo para os avanços da infantaria; a artilharia, muito mais
letal que no século XIX, armada com poderosas metralhadoras. Os alemães
começaram a usar gás cloro em 1915, no que foi a primeira utilização de armas
químicas, e logo depois ambos os lados usavam da mesma estratégia. Nenhum dos
lados ganhou a guerra pelo uso de tal artifício e apenas 1% das vítimas da
guerra foram em decorrência do uso de tal armamento.
Numa nota
curiosa, temos que no início da guerra, chegando a primeira época natalícia, se encontram relatos de os
soldados de ambos os lados cessarem as hostilidades e mesmo saírem das
trincheiras e cumprimentarem-se (trégua
de Natal).
Isto ocorreu sem o consentimento do comando, no entanto, foi um evento único.
Não se repetiu posteriormente por diversas razões: o número demasiado elevado
de baixas aumentou os sentimentos de ódio dos soldados e o comando, dados os
acontecimentos do primeiro ano, tentou usar esta altura para fazer propaganda,
o que levou os soldados a desconfiar ainda mais uns dos outros.
A
alimentação era sobretudo à base de carne, vegetais enlatados e biscoitos, sendo
os alimentos frescos uma raridade.
CONSEQUÊNCIAS
DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
·
Os acordos que deveriam dar fim aos conflitos da Primeira Guerra
Mundial (1914 – 1918) serviram para que um clima de rivalidades se agravasse ao
longo do período do Entre-guerras. A imposição de multas e sanções extremamente
pesadas não conseguiu fazer com que o equilíbrio político real fosse alcançado
entre as potências económicas mundiais. Grosso modo, podemos afirmar que a
Primeira Guerra pavimentou as possibilidades para a ocorrência de um novo
conflito internacional.
·
Mesmo posando ao lado dos vencedores, a Itália saiu frustrada do
conflito ao não receber os ganhos materiais que esperava. Na Alemanha, onde as
mais pesadas sanções do Tratado de Versalhes foram instituídas, a economia
viveu em franca decadência e os índices inflacionários alcançaram valores
exorbitantes. Esse contexto de declínio e degradação acabou criando chances
para que Itália e Alemanha fossem dominadas por regimes marcados pelo
nacionalismo extremo e a franca expansão militar.
·
A Sociedade das Nações, órgão internacional incumbido de manter a
paz, não conseguiu cumprir seu papel. O Japão impôs um projecto expansionista
que culminou com a ocupação da Manchúria. Os alemães deixaram de cumprir as exigências
impostas pelos Tratados de Versalhes e realizaram a ocupação da região da
Renânia. Enquanto isso, os italianos aproveitaram da nova situação para
realizar a invasão à Etiópia.
·
O equilíbrio almejado pelos países também foi impedido pela crise
económica que devastou o sistema capitalista no ano de 1929. Sem condições de
impor seus interesses contra os alemães e italianos, as grandes nações
europeias passaram a ceder espaço aos interesses dos governos totalitários.
Aproveitando dessa situação, os regimes de Hitler e Mussolini incentivaram a
expansão de uma indústria bélica que utilizou a Guerra Civil Espanhola como
“palco de ensaios” para um novo conflito mundial.
·
Fortalecidas nessa nova conjuntura política, Itália, Alemanha e
Japão começaram a engendrar os primeiros passos de uma guerra ainda mais
sangrenta e devastadora. A tão sonhada paz escoava pelo ralo das contradições
de uma guerra sustentada pelas contradições impostas pelo capitalismo
concorrencial. Por fim, o ano de 1939 seria o estopim de antigas disputas que
não conseguiram ser superadas com o trágico saldo da Primeira Guerra.
Fim da
guerra
A partir de
1917, a situação começou a alterar-se, quer com a entrada em cena de novos
meios, como o carro de combate e
a aviação
militar[29] , quer
com a chegada ao teatro de operações europeu das forças estadunidenses ou a
substituição de comandantes por outros com nova visão da guerra e das tácticas
e estratégias mais adequadas; lançam-se, de um lado e de outro, grandes
ofensivas, que causam profundas alterações no desenho da frente, acabando por
colocar as tropas alemãs na defensiva e levando por fim à sua derrota. É
verdade que a Alemanha adquire ainda algum fôlego quando a revolução estala
no Império
Russo e
o governo bolchevista, chefiado
por Lênin,
prontamente assina a paz sem condições, (Tratado
de Brest-Litovski) assim anulando a frente leste, mas essa circunstância não será
suficiente para evitar a derrota. O armistício que
pôs fim à guerra foi assinada a 11 de Novembro de 1918.
CONCLUSÃO
Disputas de
supremacia económica e questões imperialistas foram um dos grandes argumentos
para a causa da primeira Guerra Mundial. O único argumento que melhor conclui
esta guerra é somente as consequências dela, no qual, Modificações geográficas
ocorreram no fim da guerra, morte de mais de 8 milhões de pessoas, grande
parte, na chamada “Guerra de Trincheiras”.
Nestas
trincheiras as condições de vida para os soldados eram péssimas, e matavam mais
do que os próprios conflitos, por causa de doenças contagiosas. No final da
Grande Guerra, o tratado de Versalhes condenou a Alemanha, que foi obrigada a
pagar altas indemnizações. Essa vulnerabilidade política criou espaço
para o surgimento e o crescimento do narcisismo e fascismo, que surge a Segunda
Guerra Mundial, por consequência da primeira.
Portanto, a
Grande Guerra teve como motivo principal, a Ganância.
BIBLIOGRAFIA
American
Battle Monuments Commission (1938), American
Armies and Battlefields in Europe: A History, Guide, and Reference Book, U.S. Government Printing Office, OCLC 59803706
Army Art of
World War I, United States
Army Center of Military History:
Smithsonian Institution, National Museum of American History, 1993,OCLC 28608539
Bade, Klaus J; Brown, Allison (tr.) (2003), Migration in European
History, The making of Europe, Oxford: Blackwell, ISBN 0-631-18939-4, OCLC52695573 (translated from the German)
Baker, Kevin (June 2006), "Stabbed in the Back! The past and future
of a right-wing myth", Harper's Magazine
Balakian, Peter (2003), The Burning Tigris: The Armenian Genocide and
America's Response, New York: HarperCollins, ISBN 978-0-06-019840-4,OCLC 56822108