a personalidade

INTRODUÇÃO

Neste trabalho mostra-se um pouco da personalidade, suas características, formação, estruturas e também dos aspectos da personalidade do técnico de enfermagem. Pode-se ver que nem sempre a personalidade é normal, tendo assim as vezes algumas anomalias, precisando de tratamentos específicos. Tem-se uma ideia melhor, do que seria a personalidade de cada ser humano, como ela se desenvolve, em que período isso ocorre.



A PERSONALIDADE

CONCEITO

Personalidade é o conjunto das características marcantes de uma pessoa, é a força activa que ajuda a determinar o relacionamento das pessoa baseado em seu padrão de individualidade pessoal e social, referente ao pensar, sentir e agir.
Personalidade é um termo abstracto utilizado para descrever e dar uma explicação teórica do conjunto de peculiaridades de um indivíduo que o caracterizam e diferenciam dos outros.
A personalidade tem várias facetas que são considerados como parte integrante dela, e que influenciam as atitudes de cada pessoa. A forma física pode influenciar na auto estima, de maneira positiva ou negativamente alterando o comportamento e a percepção que a pessoa tem de si. O temperamento é responsável pelo comportamento afectivo, à excitação e atenção.
A personalidade também é influenciada pela inteligência e criatividade onde, através dela, consegue-se encontrar soluções diferentes para as coisas, havendo a abertura diante de novas experiências, apresentando uma competência social, onde demonstra capacidade de defender ou impor os seus interesses e a capacidade de construir relacionamentos.
A personalidade é ligada à postura de valores, a tendência de julgar determinados objectivos, como a liberdade, ou disposições de acção como a honestidade, como desejável ou não. As pessoas que tem um postura curiosa valorizam as novidades, já as ansiosas valorizam a segurança. A personalidade pode ser classificada pelas atitudes, pela auto-estima, como o juízo que a pessoa faz de si mesma, o bem estar, que representa também um traço da personalidade, e que tem a ver com a parte subjectiva da saúde mental.

CARACTERÍSTICAS

Estudar a personalidade é um dos mais importantes tópicos da psicologia, pois nos faz compreender o que a forma, por que difere de indivíduo para indivíduo, como se desenvolve e se transforma ao longo da vida.
No discurso do senso comum, dizer que uma pessoa tem “personalidade forte” equivale a atribuir a ela uma influência marcante sobre os outros. Quando se fala em “personalidade fraca”, quer se indicar uma pessoa que não sustenta as suas opiniões. E há ainda quem afirma que existem pessoas “sem personalidade”.
Na verdade, o senso comum abusa da palavra personalidade. A psicologia científica evita o juízo de valor, ou seja, não qualifica a personalidade como boa ou má.
Os psicólogos compreendem a personalidade como vários traços e características nos campos cognitivo, afectivo e comportamental, de forma integrada e fundida.
De modo geral, a personalidade indica um modo singular de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo, incluindo as suas habilidades, atitudes, crenças, emoções, desejos, modos de comportar-se e também aspectos físicos. E a definição de personalidade inclui a maneira como todos esses aspectos se integram a se organizam, dando singularidade ao indivíduo.
Um traço é uma característica duradoura da personalidade do indivíduo, como ser reservado, bem humorado ou expansivo. Ao observarmos as pessoas e procurarmos comparar as suas personalidades, estaremos focando a nossa percepção nos traços que as diferem de forma mais marcante.
Grande parte do comportamento de um indivíduo é concentrada em características consistentes e permanentes, ou seja, em determinados traços.
Em cada pessoa existe uma estrutura de personalidade, que se fundamenta e se organiza, constituindo-se numa parte mais central, que envolve crenças, atitudes, motivos principais, valores e disposições emocionais básicas.

ESTRUTURA

As observações de Freud revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações frequentemente chocavam-se uns com os outros.
Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três componentes básicos estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego.
- O id
O Id contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento e está presente na constituição, acima de tudo os instintos que se originam da organização somática e encontram expressão psíquica sob formas que nos são desconhecidas. O Id é a estrutura da personalidade original, básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências somáticas do corpo às exigências do ego e do superego.
As leis lógicas do pensamento não se aplicam ao Id, havendo assim, impulsos contrários lado a lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o outro (1933, livro 28, p. 94 na ed. bras.). O Id seria o reservatório de energia de toda O Id pode ser associado a um cavalo cuja força é total, mas que depende do cavaleiro para usar de modo adequado essa força. Os conteúdos do Id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência mas localizado na área do Id, será capaz de influenciar toda vida mental de uma pessoa a personalidade.
-  O ego
O Ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. O Ego se desenvolve a partir do Id, à medida que a pessoa vai tomando consciência de sua própria identidade, vai aprendendo a aplacar as constantes exigências do Id. Como a casca de uma árvore, o Ego protege o Id, mas extrai dele a energia suficiente para suas realizações. Ele tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade.
Uma das características principais do Ego é estabelecer a conexão entre a percepção sensorial e a ação muscular, ou seja, comandar o movimento voluntário. Ele tem a tarefa de auto-preservação. Com referência aos acontecimentos externos, o Ego desempenha sua função dando conta dos estímulos externos, armazenando experiências sobre eles na memória, evitando o excesso de estímulos internos (mediante a fuga), lidando com estímulos moderados (através da adaptação) e aprendendo, através da atividade, a produzir modificações com referência aos acontecimentos internos, ou seja, em relação ao Id, o Ego desempenha a missão de obter controle sobre as exigências dos instintos, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou suprimindo inteiramente essas excitações. O Ego considera as tensões produzidas pelos estímulos, coordena e conduz estas tensões adequadamente. A elevação dessas tensões é, em geral, sentida como desprazer e a sua redução como prazer. O ego se esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer.
Assim sendo, o ego é originalmente criado pelo Id na tentativa de melhor enfrentar as necessidades de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer isto, o Ego tem de controlar ou regular os impulsos do Id, de modo que a pessoa possa buscar soluções mais adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas.
-  O superego
Esta última estrutura da personalidade se desenvolve a partir do Ego. O Superego actua como um juiz ou censor sobre as actividades e pensamentos do Ego, é o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos parâmetros que constituem as inibições da personalidade. Freud descreve três funções do Superego: consciência, auto-observação e formação de ideais.
Enquanto consciência pessoal, o Superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a actividade consciente, porém, ele também pode agir inconscientemente. As restrições inconscientes são indirectas e podem aparecer sob a forma de compulsões ou proibições.
O Superego tem a capacidade de avaliar as actividades da pessoa, ou seja, da auto-observação, independentemente das pulsões do Id para tensão-redução e independentemente do Ego, que também está envolvido na satisfação das necessidades. A formação de ideais do Superego está ligada a seu próprio desenvolvimento. O Superego de uma criança é, com efeito, construído segundo o modelo não de seus pais, mas do Superego de seus pais; os conteúdos que ele encerra são os mesmos e torna-se veículo da tradição e de todos os duradouros julgamentos de valores que dessa forma se transmitiram de geração em geração.

FORMAÇÃO

O conjunto de características psicológicas que afectam a maneira com que o indivíduo interage com o ambiente chama-se personalidade, moldada desde a concepção e sendo construída pelas situações que o indivíduo enfrenta. Tudo que ocorre na vida de uma pessoa influencia as características de sua personalidade.
Os primeiros anos de vida são fundamentais para a formação da personalidade do indivíduo, pois nessa fase ocorre em grande intensidade a relação com os pais e com o meio. Cabe destacar a importância da mãe, pois o relacionamento entre mãe e filho será fundamental para a formação da mentalidade do futuro adulto. Dessa maneira, qualquer falha na relação entre mãe e filho poderá causar graves consequências na formação da personalidade. Devemos compreender que os mecanismos de relação entre as pessoas não são perfeitos, portanto uma relação equilibrada é a ideal.
O comportamento do indivíduo é regido pela busca da satisfação das necessidades. O excesso ou falta de alguma dessas necessidades é uma doença.
Constituindo o início do desenvolvimento do indivíduo, a fase oral, caracteriza-se pela busca do prazer através da parte superior do aparelho digestivo. A mãe é fundamental, pois através dela o bebé confia no mundo. Na fase anal, o prazer se concentra na fase posterior do aparelho digestivo e com isso a criança testa a confiança que adquiriu na fase anterior. A fase fálica é marcada pelo prazer nos órgãos genitais, desenvolvendo a culpa e a iniciativa. Na fase latente, o professor é importante e o indivíduo recebe mais conhecimentos. A adolescência é marcada pela busca da identidade própria. A vida adulta é a fase matura, com o amadurecimento das relações interpessoais.
As características desenvolvidas ao longo desses períodos se manifestarão quando houver a interação da pessoa com o meio.
Podemos sintetizar essa teoria num exemplo: um edifício, ao ser construído necessita de uma fundação, que fica oculta quando o prédio termina de ser construído. Porém é essa fundação que sustenta o edifício e possíveis falhas nessa fundação podem abalar todo o prédio. O mesmo ocorre na vida das pessoas, pois as relações delas com os demais indivíduos dependerá da estrutura psíquica dessa pessoa e das experiências por ela vivenciadas.

OS ASPECTOS DA PERSONALIDADE DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

A personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psico-afetivo pelas quais passa a criança desde a gestação. Para a sua formação incluem tanto os elementos geneticamente herdados (temperamento) como também o adquirido do meio ambiente no qual o indivíduo está inserido.
São várias as teorias que versam sobre personalidade tanto quanto as controvérsias, temas de discussões presentes em toda história da filosofia, psicologia, sociologia, antropologia e medicina geral.
Compreender os aspectos e a dinâmica da personalidade do técnico de enfermagem também não é tarefa simples, visto à complexidade e variedade de elementos que a circunda, gerados por diversos factores biológicos, psicológicos e sociais. Com relação aos aspectos sociais, quanto mais complexa e diferenciada for a cultura e a organização social em que a pessoa estiver inserida, mais complexa e diferenciada ela será. Do ponto de vista biológico, a pessoa já traz consigo, em seus genes, diferentes tendências, interesses e aptidões que também são formados pela combinação dinâmica entre diversos factores hereditários e uma infinidade de influências sócio psicológicas que ela recebe do meio ambiente.
O técnico de enfermagem deve obter-se pela habilidade de se relacionar consigo mesmo. Reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre é a chave da inteligência emocional. A falta de habilidade de reconhecer nossos verdadeiros sentimentos, deixa-nos a mercê de nossas próprias emoções (resultado de como vemos e julgamos determinados fatos). Cada emoção prepara o corpo para um determinado tipo de resposta.
O autoconhecimento emocional é saber reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre, conseguindo assim maior controlo de nossas emoções (seremos melhores pilotos de nossas vidas como técnico de enfermagem).
Dirigir emoções a serviço de um objectivo é essencial para manter-se caminhando sempre em busca, para manter-se sempre no controle e para manter a mente criativa na busca de soluções.
As pessoas bem sucedidas pessoal e profissionalmente agem usando as emoções de forma inteligente, elas conseguem aliar inteligência emocional a inteligência racional. Sabem colocar em pratica os conhecimentos que adquirem e se relacionam bem com todos.
Reconhecimento de emoções em outras pessoas. A empatia permite que reconheçamos as necessidades e desejos dos outros, permitindo-lhe relacionamentos mais eficazes. A arte de relacionamento é a arte de gerenciar sentimentos em outros.
Esta habilidade é base de sustentação de popularidade, liderança e eficiência pessoal. “O homem vale-se de comunicação em todas as experiências de vida, de modo interpessoal ou dual, em pequenos ou grandes grupos, ate quando não esta em uma dessas situações, se reflectir um pouco percebera que se encontra sob o impacto ou influencia da comunicação”;
Assim, acreditamos o técnico de enfermagem em todos os momentos de encontro entre dois ou mais seres há um momento de interacção e percepção. Nesse aspecto, o enfermeiro não pode fugir da comunicação, pois ele já comunica algo com sua presença.
O enfermeiro precisa saber que é um elemento nuclear da equipe de saúde, na qual o paciente se apoia na busca de informação, suporte emocional, satisfação de suas necessidades básicas, tais como: segurança, higiene, conforto, etc.
Diante disso, o profissional auxiliar técnico de enfermagem deve trabalhar melhor as questões do conhecimento interpessoal e intrapessoal a fim de desenvolver habilidades de comunicação que possa contribuir para o bem estar dele e do paciente. A imagem é o sinal característico de nossa individualidade, e a impressão extrema do nosso eu. É através dela que provocamos sentimentos diversos nas pessoas, é ela que determina a causa principal de nosso sucesso ou e nosso insucesso.



CONCLUSÃO

As pessoas, geralmente, reconhecem a personalidade uma das outras através dos comportamentos que são exibidos, com grande frequência, por elas. A sociedade, ao observar o comportamento das pessoas, pode aprová-lo ou desaprová-lo, implicando em um controle social (membros considerados desapropriados sofrem profundas repressões).
Podemos perceber que a sociedade, portanto, é a maior influenciadora da personalidade, pois ela força seus membros, que são considerados desapropriados, a mudarem seus hábitos e comportamentos, a fim de enquadrá-los em seus padrões e regras.
Ao desempenhar papéis aceitos pela sociedade, as pessoas podem estar anulando sua verdadeira personalidade, que mostra por que, hoje em dia, os indivíduos sentem tanta dificuldade de encontrar seu verdadeiro eu. Porém, vale lembrar que o homem também é a sociedade e que ele também a mantém e determina.



BIBLIOGRAFIA

PEIXOTO, Paulo Matos. Enciclopédia Universal Paumape. Vol. 7 , Vol. 11. Editora Paumape LTDA.
FADIMAN, J. Teorias da Personalidade. Editora Harbra.




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